Marcos Palmeira volta a interpretar Mandrake em telefilme
Quando vestiu pela primeira vez o terno de Mandrake, o advogado criminalista sedutor, obsessivo e astuto saído dos livros de Rubem Fonseca, Marcos Palmeira ganhou fios brancos na sala de maquiagem. Sete anos, duas novelas, uma peça, seis filmes e uma filha depois, o ator volta a Mandrake já mais grisalho, ainda que não aparente ter 48 anos.
De janeiro e até março - inclusive no carnaval -, sob o sol cruel de verão e a direção de Zé Henrique Fonseca, filho do escritor e idealizador do projeto, ele grava "Mandrake", o telefilme, que será exibido em duas partes na HBO, emissora que produziu os treze episódios da série em 2005 e em 2007. A estreia deve ser no segundo semestre.
A equipe é a mesma, a qualidade da imagem é de cinema (era película, agora é digital). Mandrake é que aparece com novos conflitos, reflexivo, com a autoestima e a credibilidade em baixa - e um caso nada fácil para frente, que envolve adultério e assassinatos. As locações são carioquíssimas, como ele: a praia, o centro antigo, a região dos inferninhos de Copacabana.
Foi na segunda-feira, dia em que os termômetros chegaram a apontar 41 graus, que a reportagem acompanhou a gravação. O cenário era a mansão na Barra da Tijuca escolhida para ser a casa de João Paulo Birman, o ricaço vivido por Carlos Alberto Riccelli que é o cliente da vez. Esther Góes faz a distinta Sra. Birman; Claudia Ohana, a amante que decide se fazer presente. Ela é depositária de parte do segredo da trama. "Conheço bem o universo do Rubem Fonseca, sou fã, e vi alguns episódios da série. Gosto muito do clima noir, da estética", conta Claudia.
Os personagens que convivem com as idiossincrasias do doutor Paulo Mendes seguem com ele: Leon Wexler (Miéle), o sócio no escritório de advocacia da Cinelândia, Bebel (Erika Mader), sua garota, Raul (Marcelo Serrado), o amigo que o ajuda nas empreitadas detetivescas, que em geral passam por mulheres, extorsões e desvios de conduta em geral.
Zé Henrique, que sempre teve o apoio do pai na empreitada ("ele assiste, comenta, acha que o Marquinhos faz muito bem e não reclama de nada"), escreveu os primeiros episódios com base nas peripécias de Mandrake em livros como "Lúcia McCartney" (1967) e "A Grande Arte" (1983), e em "Mandrake, a Bíblia e a Bengala" (2005). Depois passou a criar histórias originais.
A do filme foi encomendada há seis meses pela HBO, que agora banca a produção (em parceria com a produtora de Zé, a Goritzia), tamanho foi o sucesso da série, que concorreu duas vezes ao Emmy. "Eu estava doido para que essa volta acontecesse. Marquinhos faz o personagem até dormindo, já tem o tom", diz o diretor, que vislumbra a retomada da série. A HBO não confirma. Em janeiro, foram disponibilizadas para locação as duas temporadas; em junho, os DVDs chegam às lojas para venda. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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