O pavio curto do novo líder do governo
A entrevista do senador Eduardo Braga à revista Istoé, publicada no sábado (24) teve grande repercussão nos meios políticos. O novo líder do governo manda um recado direto aos caciques do PMDB, afirmando, segundo os repórteres Delmo Moreira e Sérgio Pardellas, estar disposto a bater de frente com quem se acostumou ao "toma lá dá cá da política brasileira".
No seu velho estilo, Braga diz que recebeu o convite para assumir a liderança do governo no Senado como “um grande desafio e muita humildade”, mas logo de cara coloca os partidos políticos e seus dirigentes sob suspeita: "Nunca fui vítima de chantagem. O que eu posso dizer é que, com a presidente Dilma, esse não é um caminho admissível".
Vaidoso, o senador diz que vai ajudar a presidente a implementar as boas práticas políticas e “novo conceito de governabilidade”. Mas ao explicar o que seria esse novo conceito, não poderia ser mais direto:
“Muitos dos nossos problemas na saúde, educação e segurança decorrem de falta de gestão, não somente da falta de recursos. A eficiência na gestão passa pela meritocracia na administração pública”, explica o senador.
Depois, reconheceu que os problemas da governabilidade no Brasil são mesmo culpa dos políticos, já que o povo sabe distinguir o certo do errado: “O que é certo é certo, o que é errado é errado. O povo brasileiro sabe distinguir isso com a maior clareza. Nós, políticos, é que às vezes confundimos esses limites”.
Ficaram duas perguntas. Uma: ele elogiou ou criticou o governo? Outra: ele vai aguentar a reação da batida com as velhas raposas do Congresso?
A resposta para isso vem de um internauta que identifica por Canjos: “Vamos ver se é essa a linha que iremos ver no Congresso. Quando os Sarneys, Renans, Jucás não tiverem nenhum afilhado em cargo de grande movimentação de dinheiro, começo a acreditar que algo está mudando”.
É ver para crer.
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