Caso Davi Lucas: Madrasta nega maus-tratos e expõe versão durante julgamento
Manaus/AM - Beatriz Rodrigues Matos, que está sendo julgada por maus-tratos contra os irmãos Davi Lucas e Moisés, negou as acusações durante seu depoimento no Fórum de Justiça Ministro Henoch Reis, pela 3.ª Vara do Tribunal do Júri. Ela era madrasta das crianças, e uma delas ficou em estado vegetativo devido às agressões.
Em sessões com a psicóloga, o irmão de Davi relatou, por meio de desenhos, as agressões que ele e o irmão sofriam pela madrasta e que seriam encobertos pelo pai.
A mulher foi confrontada sobre ter empurrado uma escova de dentes na garganta do menino e por supostamente tê-lo feito comer fezes. Ela negou ambas as acusações, afirmando: "Isso não aconteceu", durante o julgamento.
Beatriz também foi questionada sobre ter dado um golpe na cabeça de um dos meninos com um pedaço de madeira, após ele se recusar a comer bolachas. A madrasta negou a acusação, alegando que o menino levou três pontos na cabeça após cair no banheiro. "O banheiro da minha casa tem cerâmica antiderrapante, mas, devido ao desgaste, não funciona mais como antes. Ele se machucou e fomos ao hospital", explicou a acusada.
Ela também foi interrogada sobre uma marca no pescoço de uma das vítimas, que teria sido uma queimadura. Beatriz novamente negou, dizendo que a marca se tratava de uma picada de inseto. "Ficou muito vermelho. Tirei uma foto e mandei: 'Olha como está o pescoço do Moisés, ele está reclamando muito que está vermelho'. O pai dele disse para passar pomada. Passei uma que eu tinha em casa. Quando foi à noite, começaram a aparecer bolhas, e ele foi levado ao hospital", relatou.
A madrasta e o pai dos meninos foram denunciados pelo Ministério Público pelas agressões que deixaram sequela neurológica grave em Davi, que hoje vive acamado, traqueostomizado e fazendo uso de sonda nasoentérica para se alimentar e se hidratar.
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