Manaus/AM - A polícia revelou na manhã de hoje (5), que Alisson Guilherme Araújo Almeida, de 19 anos, foi brutalmente torturado e morto por ordem de líderes de uma facção que atua na área do Centro de Manaus, porque foi confundido com um ladrão de motocicleta no momento em que havia acabado de sair de um bar onde estava com amigos.

“Uma hora da madrugada ele sai do bar e estava empurrando a moto dele porque não tinha conseguido ligar, quando chegam dois traficantes e um mototaxista e começam a agredi-lo achando que ele estava roubando a moto (...) E mesmo ele dizendo que a moto era dele e que ele estava empurrando porque havia ficado ‘no prego’, um desses traficantes, o Daniel Salas, ele dá coronhadas na cabeça dele, dá chutes, agride fisicamente essa vítima e leva a motocicleta para a frente de uma pensão na rua Lobo D’Almada, diz a delegada Marília Campêlo.

Ela conta que após as agressões, Alisson foi socorrido por um amigo e familiares e foi levado para um SPA. Após receber atendimento médico, a vítima volta para o Centro para tentar recuperar a sua moto.

“Por volta das 3h, o Alisson saiu do local sem ter recebido alta médica para retornar ao Centro para procurar a moto dele. Nesse momento, dois indivíduos, ainda não identificados, o puxam para dentro da pensão onde a moto e ele fica lá por cerca de 40 minutos”.

Após esse tempo, Alisson sai escoltado pelos criminosos e é obrigado a entrar em um táxi, toda a ação foi gravada por câmeras de segurança. O veículo sai e oito minutos depois, o grupo retorna sem a vítima.

O corpo dela só seria achado três dias depois, dentro de um igarapé no bairro Aparecida, com várias marcas de tiros pelo corpo. 

“O Alisson não tinha envolvimento algum com algo ilícito. Os traficantes Diogo e Daniel são membros de uma facção e atuam na área do Centro da cidade, eles têm voz de comando e de decidir se ceifam a vida da vítima, é um caso muito triste”.

Além de Diogo Ferreira Garcia, 22, o “DG”, preso nessa quinta-feira, a polícia identificou outros participantes do crime, o taxista e o “Diabo Loiro”, que tinham mandados de prisão em aberto, mas eles morreram em outra ocasião no decorrer das investigações.

Quem também já foi identificado é Daniel Alejandro Sales Martinez, o “Piranha”, que está sendo procurado. Outros membros da facção que também participaram do homicídio ainda estão sendo investigados. 

DG nega ter participado da tortura e morte de Alisson e diz que apenas participou da abordagem porque achava que o jovem estava roubando a moto. Ele, porém, atribui o crime a Daniel, mas a polícia tem provas consistentes da participação direta dele.