Manaus/AM - A polícia deu detalhes, nesta quarta-feira (29), do suposto envolvimento de Jéssica da Silva Barbosa, 31, na morte do próprio namorado, Júlio César dos Santos das Chagas, 34, assassinado no dia 1 de outubro deste ano, no estacionamento do Shopping Ponta Negra, na zona oeste.

Segundo a delegada Marília Campelo, foi a mulher que repassou todas as informações a respeito da chegada do companheiro a Manaus e onde ele estaria com as filhas e a ex-esposa. Jéssica também estava junto no momento do crime e chegou a amparar e consolar a filha de Júlio.

"Ela estava prestando informações privilegiadas sobre a chegada dessa vítima a Manaus na tarde do dia primeiro, sobre a localização dessa vítima à noite e exatamente a saída por onde ela ia passar ali ir no shopping e o horário (...) Ficou claro que era a própria Jéssica, a namorada, e é importante salientar, ela estava junto naquela noite, junto com a ex companheira da do Júlio César, junto com duas filhas menores dele", diz.

O crime foi cometido na frente da família e foi registrado por câmeras de segurança. Júlio César já era jurado de morte e havia sido expulso de uma facção recentemente, por isso, havia fugido para Manaquiri, no interior, e veio à capital apenas para ver as filhas.

Outros dois homens já tinham sido presos pelo crime, um foi o atirador e outro deu fuga para o comparsa. Jéssica é a terceira presa do caso, mas se recusou a passar qualquer informação para a polícia. "Ela permaneceu em silêncio no interrogatório dela, mas um dos interrogatórios, o do Mateus, foi muito esclarecedor. Ele dá detalhes da participação dela. A Jéssica não tinha passagens ainda pela polícia, então ela está presa preventivamente desde o dia 25 e segue à disposição da justiça".

A polícia ainda não sabe dizer se Jéssica foi ameaçada para ajudar no crime ou se ela teve outra motivação, mas a delegada garante que há provas suficiente do envolvimento dela no homicídio do namorado.

"Eles tinham meses de relacionamento, ela estava com essa vítima no município de Manaquiri, nos 15 dias anteriores a essa morte. Essa vítima, como foi dito na primeira prisão, ela estava sofrendo ameaças de uma organização criminosa, é, a Jéssica estava junto. Os executores estavam no porto quando da chegada dessa vítima, tiraram fotos, tudo isso ajudado pelas informações da Jéssica, com horários, com nome de embarcação, com tudo", ressalta.

A polícia acredita que um dos presos é o mandante do crime, mas ainda investiga os pormenores do assassinato.