Manaus/AM - A polícia deu detalhes da operação que teve início na noite desta quarta-feira (29) e culminou com a prisão de seis pessoas, entre elas três policiais, por contrabando de ouro em Manaus.

Segundo o comandante da Rocam, o tenente coronel Renan Carvalho, a ocorrência teve início com a denúncia de que uma família estava sendo feita refém dentro de uma casa no bairro Parque 10, na zona centro-sul. Porém, quando a Rocam chegou ao local, se deparou com policiais dentro do imóvel e quatro pessoas rendidas no chão.

"A gente foi entendendo do que se tratava a ocorrência. A gente chegou e foi recebido pelo policial civil e de imediato a gente verificou a família no chão da garagem, rendida. E a gente entendeu que aquela ocorrência estava totalmente fora dos padrões e que estava acontecendo um crime ali. A gente rendeu os policiais e recolheu suas armas e também entendemos que dentro da casa alguém estava guardando ouro ilegal".

Ao começar a apurar o caso, eles descobriram que os agentes souberam de uma negociação de ouro no local e foram até lá para extorquir as vítimas.

"Era um casal e mais dois homens que haviam chegado para fazer a negociação (...) e os policiais foram lá tentar extorquir esse ouro. O ouro veio da Venezuela, estava sendo vendido, tendo essa negociação e os policiais vieram fazer a extorsão, então todos ali estavam cometendo crimes".

Ao fim da operação, a polícia recolheu mais de 72 quilos de ouro, dinheiro e armas. Todos os envolvidos foram presos, com exceção da mulher do homem venezuelano que havia alugado a casa. Ela foi conduzida para a delegacia, mas na condição de testemunha.

Segundo o Secretário de Segurança do Amazonas, Vinicius de almeida, essa foi a maior operação de ouro ilegal apreendido no estado. Ele ressaltou que os envolvidos responderão respectivamente pelos crimes cometidos.

"Os três civis que estavam, na verdade dois na casa e um que chegou, eles estavam contrabandeando dando esse ouro. Então, esse é um crime. A partir do momento que chega a polícia militar, os dois policiais militares e o policial civil, eles vão ali para poder fazer uma extorsão. Então, um cárcere privado, seguido de extorsão, roubo". disse.

A Polícia Federal também foi inserida no caso por conta da origem do ouro, que veio da Venezuela. Os policiais envolvidos no caso já foram afastados e um deles já respondia a outro processo.

Além do ouro, armas e dinheiro apreendidos, dois veículos também foram apreendidos. Um deles é um carro blindado usado para transportar o ouro ilegal e o outro é um veículo comum, mas que tinha um fundo falso também para levar o material após a conclusão da negociação.