Debate em Curitiba tem dobradinha de Requião e bolsonarista e vice-prefeito como alvo
CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) - O atual vice-prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel (PSD), se tornou o principal alvo do debate realizado pela RPC TV (afiliada da Globo) com candidatos à prefeitura da capital do Paraná. O debate começou por volta das 22h desta quinta-feira (3) e durou quase três horas.
O encontro também foi marcado por uma dobradinha inusitada entre o ex-governador Roberto Requião (Mobiliza) e a estreante nas urnas Cristina Graeml (PMB), conhecida por levantar bandeiras bolsonaristas.
Requião e Cristina, que se posicionam em espectros políticos opostos, estão filiados a partidos nanicos e sem tempo de propaganda eleitoral na televisão, o que os uniu nas críticas aos adversários com campanhas mais robustas.
Cristina chamou os rivais de "candidatos do sistema" e criticou o uso do fundo eleitoral para a propaganda. Para Requião, os principais candidatos têm coligações que são fruto de "negociatas partidárias".
O ponto mais tenso do debate, porém, foi quando a candidata do PMB lembrou do episódio que vem desgastando a campanha de Pimentel desde o início da semana. Um áudio vazado mostrou um superintendente da prefeitura coagindo servidores para que eles colaborassem com até R$ 3.000 para um jantar ligado à campanha de Pimentel.
Após o caso vir à tona, a prefeitura demitiu o superintendente e alegou que se tratava de um caso isolado. A campanha de Pimentel também negou participação.
"Devia ter vergonha de estar aqui e pedir desculpas aos servidores", disse Cristina sobre o candidato do PSD, do grupo do prefeito Rafael Greca (PSD) e do governador Ratinho Junior (PSD).
"Não esperava nada diferente da senhora, que tem trabalhado só com desinformação. Quem agride é porque não tem proposta", devolveu Pimentel a Cristina.
Logo no começo do debate, o atual vice -prefeito afirmou que tem sido vítima de "ataques covardes" desde que apareceu em primeiro lugar nas pesquisas.
O candidato do União Brasil, Ney Leprevost, chegou a usar as redes sociais ao longo da semana para pedir investigação sobre o episódio revelado no áudio, mas, durante o debate, preferiu adotar outra estratégia contra o adversário. "Não votem em apadrinhados nem em indicados", disse ele, em referência a Pimentel.
Leprevost também mirou Luciano Ducci (PSB), tentando explorar a aliança com o PT do presidente Lula, que em 2022 perdeu para Jair Bolsonaro em Curitiba. "Queria lembrar o candidato Leprevost que o partido dele tem três ministérios no governo Lula", devolveu Ducci.
"Temos muito orgulho da nossa aliança, que defende a democracia e não é antivacina, não é negacionista climático", disse Ducci, aproveitando para alfinetar Cristina, que se engajou contra a vacinação na época da pandemia da Covid e não classifica o 8 de janeiro como atos golpistas.
Também participaram do debate os candidatos Andrea Caldas (PSOL), Luizão Goulart (Solidariedade) e Maria Victoria (PP). Não foram chamados os candidatos Samuel de Mattos (PSTU) e Felipe Bombardelli (PCO).
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