Justiça rejeita ação de Boulos contra Nunes após ser chamado de vagabundo e sem-vergonha
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Justiça de São Paulo rejeitou a ação de danos morais que o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) moveu contra o prefeito Ricardo Nunes (MDB) por ter sido chamado de invasor, vagabundo e sem-vergonha.
Como mostrou a Folha, o prefeito se referiu a Boulos com esses xingamentos na convenção do PL, no último dia 22, embora não tenha mencionado o nome do deputado. Em seguida, depois que Boulos acionou a Justiça, Nunes recuou e ressaltou que não havia citado o rival.
O juiz Roge Tenn, da 13ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, considerou não haver lógica entre a alegação de Boulos de ter sofrido danos morais e seu pedido para que Nunes se retratasse publicando o currículo do deputado em suas redes.
"O autor [Boulos] afirma que sofreu danos morais em virtude das supostas ofensas perpetradas pelo réu [Nunes] e, em vez de veicular pedidos de efetiva retratação, requereu que o réu publicasse o 'curriculum lattes' do demandante, pedido que não apresenta qualquer pertinência com a causa", afirma o magistrado em sua decisão.
O juiz negou o pedido de Boulos e determinou o arquivamento da ação. O deputado do PSOL ainda pode recorrer.
Arrancando aplausos da plateia, Nunes fez um aceno ao público bolsonarista na convenção do PL ao xingar Boulos.
"Quero agradecer a cada um dos senhores por dar esse voto de confiança para que a gente possa dar continuidade a esse trabalho e vencer o invasor, vencer esse vagabundo desse sem-vergonha", disse o prefeito na ocasião.
Quatro dias depois, a assessoria de Nunes enviou nota à Folha dizendo que ele não citou diretamente nenhum candidato em sua fala.
"Eu não cito diretamente nenhum candidato na minha fala. Se o [Guilherme] Boulos vestiu a carapuça e está se reconhecendo como o 'vagabundo', ele deve ter uma boa razão para isso", afirma Nunes.
A reportagem questionou, então, a quem Nunes se referiu em sua fala, mas isso não foi esclarecido.
ASSUNTOS: Política