Maninho do PT e filho devem ir a júri por agressão a bolsonarista em frente ao Instituto Lula
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) decidiu no último dia 24 que o ex-vereador de Diadema (SP) Manoel Eduardo Marinho, conhecido como Maninho do PT, e o filho dele Leandro Eduardo Marinho devem ser levados a júri popular. Os dois são réus por tentativa de homicídio do empresário Carlos Alberto Bettoni em ato em frente ao Instituto Lula em 2018.
O episódio ocorreu em 5 de abril daquele ano, quando Sergio Moro, à época juiz federal, mandou prender Lula na esteira da Operação Lava Jato. A denúncia do Ministério Público narra que havia uma manifestação no local, e as pessoas estavam divididas entre apoiadores e críticos do petista.
Nesse contexto, os acusados teriam agredido Bettoni, com chutes, empurrões e pontapés, até o momento em que chegaram à via pública, quando então a vítima foi empurrada mais uma vez, batendo a cabeça em um caminhão que passava por ali. O empresário sofreu traumatismo craniano e hemorragia decorrente da lesão.
Manoel e Leandro são suspeitos de tentativa de homicídio por motivo torpe e com emprego de meio cruel. A reportagem tentou contato com a defesa, mas não obteve retorno.
O relator, desembargador Ruy Alberto Cavalheiro, afirmou haver indícios suficientes da ocorrência de dolo eventual -quando os agentes assumem o risco do resultado- e que os réus não trouxeram provas que afastassem a culpabilidade.
De acordo com o magistrado, também ficaram claros "a motivação do delito, como sendo política, diante da intolerância, diante de opiniões diversas, e o emprego de meio cruel, consistente em terem os réus empurrado a vítima em direção à via pública, por onde trafegavam veículos". Cavalheiro disse, contudo, que os jurados ainda devem avaliar se eles viram o movimento e, ainda assim, empurraram a vítima em direção à rua, ou "se os ânimos estavam tão acirrados que os réus não puderam ver o caminhão e não imaginavam o que pudesse ocorrer".
A acusação afirma que Bettoni teve diversos problemas pessoais e de saúde depois das agressões, como crises convulsivas e cognitivas. O empresário morreu em 2021 em decorrência de complicações da Covid .
Os advogados da vítima, Daniel Bialski e Vitória Munhoz Dias, disseram que os acusados demonstraram "absoluta frieza e descaso para com a vida alheia" e que a decisão "restabelece a confiança e a segurança de que os réus vão ser responsabilizados pelo crime hediondo que cometeram".
O caso corre em segredo de justiça. A decisão foi proferida pela 3ª Câmara de Direito Criminal do TJ-SP por unanimidade. Ainda não há data para o julgamento.
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