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Nunes promete em sabatina Folha/UOL ampliar GCM e nega problemas na educação e no centro de SP

Por Folha de São Paulo

06/09/2024 17h00 — em
Política



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O prefeito Ricardo Nunes (MDB) afirmou que vai aumentar a Guarda Civil Municipal em 2.000 pessoas e não admitiu piora na educação pública municipal, aferida em avaliação oficial, na sabatina realizada por Folha e UOL, nesta sexta-feira (6).

Questionado sobre a nota para a educação em sua gestão, Nunes deu 9,5 e disse buscar sempre melhorar.

O Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) da rede municipal paulistana caiu de 5,7, em 2021, para 5,6 no ano passado. Em 2019, antes da pandemia, a média era 6. Com esse resultado, São Paulo ficou abaixo da média nacional das escolas públicas que foi de 5,7 e aquém da meta prevista pelo Ministério da Educação.

De acordo com Nunes, não é possível comparar a avaliação atual com as anteriores devido a mudanças no método feitas pelo Ministério da Educação.

"A média em São Paulo é 0,2% superior à das outras capitais brasileiras no ensino inicial. Na capital administrada pelo PSOL, é 0,2% menor, e também estamos em uma posição melhor do que a capital administrada pelo PSB", disse.

Os entrevistadores insistiram em perguntas sobre a baixa adesão à alfabetização na cidade, mas Nunes desviou do tema e reiterou que o governo dele conseguiu zerar a fila de creches na capital paulista.

Questionado sobre como melhorar a alfabetização, o prefeito respondeu que atualmente a cidade oferece vagas de creche para todas as crianças em período integral e que elas têm 25% mais chances de absorver conhecimento.

Ele ainda afirmou que a qualidade da educação na cidade não piorou durante os anos de seu mandato e prometeu alfabetização de 95% dos alunos no tempo certo em eventual segundo governo.

Nunes prometeu ainda aumentar o efetivo da Guarda Civil Municipal em 2.000 pessoas em quatro anos, no mínimo 500 em cada ano do seu eventual novo governo. O prefeito disse ainda que, nesta sua gestão atual, ampliou a guarda de 5.348 pessoas para mais de 7.000, além de aumentar em 72% o salário inicial na carreira.

O prefeito disse trabalhar "desde o primeiro dia" com o objetivo de acabar com a cracolândia e que, no trabalho conjunto com o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), esse momento chegará, embora não tenha respondido em quantos anos isso vai ocorrer.

"Em 2015 e 2016, eram 4 mil usuários, e hoje tem cerca de 900, portanto a gente teve avanço", disse Nunes, mencionando a época de Fernando Haddad (PT) na prefeitura.

Respondendo sobre segurança, Nunes disse ter rigor e pulso firme a respeito de duas investigações —a que liga empresas de ônibus ao PCC e em relação aos guardas civis suspeitos de atuar em uma milícia na cracolândia.

"Não existe milícia na prefeitura de São Paulo porque tem um prefeito firme", afirmou Nunes, ressaltando agir com "contundência para qualquer pessoa que comprometa a imagem da instituição [GCM] que seja afastada e responda criminalmente".

A respeito da tarifa de ônibus, que é de R$ 4,40 desde o início da gestão, Nunes afirmou querer manter o congelamento, mas não garantiu isso.

"A ideia é que a gente possa manter. Eu não posso garantir isso. É a minha intenção, mas garantir eu não posso."

Ainda na área de transporte e mobilidade, Nunes foi questionado sobre as metas do atual mandato. Segundo o plano de governo de 2020, 40 quilômetros de corredores de ônibus deveriam ser entregues até o fim do governo. Apesar disso, até o momento, há 4,1 km finalizados.

O prefeito destacou que atualmente há 80 km de corredores em obras e que a burocracia em relação à licitação dos contratos é um fator que impacta o andamento. "Eu sempre tenho falado que é preciso ter mais celeridade porque quem perde é a população", disse.

Segundo o emedbista, projetos como o BRT Radial Leste e Smart Sampa levaram pelo menos um ano e meio para serem viabilizados do ponto de vista da licitação. Ele negou que, durante sua gestão, tenham ocorrido "poucas entregas".

Nunes afirma que os corredores de ônibus em obra no momento já estão viabilizados e, por isso, será possível cumprir a meta de entregar esses e novos 6 km de corredores no caso de um eventual segundo mandato.

A mediação das entrevistas foi de Fabíola Cidral, ao lado dos jornalistas Raquel Landim, do UOL, e Fábio Haddad, editor de Cotidiano da Folha de S.Paulo.

Além de Nunes, outros postulantes foram convidados. Marçal foi entrevistado na quarta-feira (4) e Tabata Amaral (PSB) na quinta-feira (5). Na semana seguinte, de 9 a 13, será a vez de Guilherme Boulos (PSOL), Altino Prazeres (PSTU), Ricardo Senese (UP), João Pimenta (PCO) e Marina Helena (Novo). A entrevista com Bebeto Haddad (DC) deve ocorrer em 16 de setembro.

A Folha de S.Paulo e o UOL têm feito uma série de sabatinas com candidatos de todo o país. O ciclo de entrevistas foi iniciado em 10 de junho com os postulantes de Belo Horizonte e está sendo feito também em outras 17 cidades.

Além disso, Folha e UOL promoverão um debate com os principais candidatos à Prefeitura de São Paulo. O encontro no primeiro turno será em 30 de setembro, às 10h. Caso haja segundo turno, haverá outro em 21 de outubro, também às 10h.


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