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PSD de Kassab vira o maior de SP, PT sofre derrotas, e siglas de Tarcísio e Bolsonaro crescem

Por Folha de São Paulo

06/10/2024 23h45 — em
Política



RIBEIRÃO PRETO, SP, E SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O PSD de Gilberto Kassab foi o principal vencedor entre os partidos nas eleições em São Paulo neste domingo (6), confirmando o protagonismo que a legenda exerce desde que seu presidente passou a ser secretário de Governo da gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos).

A sigla do governador, assim como o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro, também cresceram bastante no estado, em contraposição ao cenário enfrentado pelo PSDB, hegemônico em São Paulo até a eleição passada, e pelo PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Do ponto de vista de posição no espectro político, os partidos de centro cresceram no estado, e vão comandar 340 prefeituras, contra 191 em 2020. Por outro lado, a direita caiu de 411 para 243, e a esquerda, de 43 para 15.

Os dados não incluem os 18 municípios nos quais haverá segundo turno -incluindo a capital- nem cidades nas quais o resultado ainda está sob judice.

Depois de eleger 67 prefeitos nos 645 municípios paulistas nas eleições de 2020, o PSD avançou para 195 neste domingo, num pleito que confirmou as mudanças das peças no tabuleiro político. Tucanos e petistas, que se enfrentaram diretamente nas eleições presidenciais entre 1994 e 2014, agora estão longe de ver destaque semelhante nas eleições municipais em São Paulo.

O resultado do PSD, fundado por Kassab há 13 anos, foi impulsionado pela quantidade de prefeituras que passou a ter nos últimos anos e ao total de candidatos lançados no estado: 408, ante os 291 do segundo colocado, o PL de Jair Bolsonaro.

O PSDB, que elegeu 180 governantes em São Paulo em 2020, agora conquistou somente 21 prefeituras, em um universo de 68 candidaturas. Atualmente, exercem cargo pelo partido menos de 30 prefeitos, o que significa que o cenário inicial para 2025 é ainda mais crítico para a legenda.

A queda vertiginosa se explica porque, há quatro anos, o partido ainda dominava o governo estadual com João Doria, o que já ocorria desde a primeira vitória de Mário Covas (1930-2001), em 1994. A derrota de Rodrigo Garcia em 2022, porém, esfacelou o partido no interior do estado e prefeitos migraram para outras siglas.

A debandada se deu principalmente em direção ao PSD de Kassab, principal articulador político de Tarcísio, e em pequenos municípios, mais dependentes de recursos estaduais e federais. No ano passado, já eram 329 prefeitos, ou mais da metade dos municípios paulistas, filiados à sigla.

Além do PSD, também cresceram de forma robusta PL e Republicanos. Dos 42 eleitos há quatro anos no PL, agora foram 100, enquanto na sigla do governador paulista o total de eleitos subiu de 23 para 79.

Na Grande São Paulo, dos 39 municípios da região, o PL conquistou 8 e vai disputar o segundo turno em Guarulhos, o mais populoso com exceção da capital, resultado que mostra que a força eleitoral do ex-presidente, inelegível até 2030, permanece alta em um dos colégios eleitorais mais importantes do país em termos econômicos e populacionais. O PSD venceu cinco prefeituras e o Republicanos saiu vencedor em três. O Podemos governará seis municípios na região.

A maior cidade que o partido poderá governar a partir de 2025 em São Paulo é Ribeirão Preto (a 313 km da capital), mas para isso o deputado federal Ricardo Silva precisa derrotar no segundo turno o empresário Marco Aurélio Martins (Novo). Ricardo obteve neste domingo 48,44% dos votos válidos, ante os 24,94% de Marco Aurélio.

Outra grande cidade do interior em que o partido está no segundo turno é São José dos Campos, com o prefeito Anderson Farias, que busca a reeleição contra o ex-aliado Eduardo Cury (PL). Neste domingo, obtiveram 39,66% e 25,96% dos votos válidos, respectivamente.

Já o PT de Lula, que em 2020 elegeu somente quatro prefeitos (Araraquara, Matão, Diadema e Mauá), neste ano obteve apenas três vitórias neste domingo --tem chance de evoluir no segundo turno, mas de forma tímida.

Não conseguiu manter Araraquara (a 273 km de São Paulo), onde o prefeito Edinho Silva tentou eleger sua sucessora, a ex-secretária da Saúde Eliana Honain, e ficou fora do segundo turno em cidades importantes, como Ribeirão, São José e Santos.

Na Grande São Paulo, o PT corre o risco de ser varrido da região que foi seu berço político. A sigla atualmente governa Mauá e Diadema, mas não elegeu nenhum candidato no primeiro turno e vai disputar o segundo nessas mesmas duas cidades, contra candidatos do União Brasil e do MDB, respectivamente.

O MDB elegeu 63 prefeitos, seguido pelo PP, com 47 e o União Brasil, com 33.


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