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Tarcísio faz discurso linha-dura, fala de 2026 e enaltece Deus e Bolsonaro em evento da direita

Por Folha de São Paulo

06/07/2024 18h30 — em
Política



BALNEÁRIO CAMBORIÚ, SC (FOLHAPRESS) - O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse neste sábado (6) disse que o ex-presidente Jair Bolsonaro foi "bombardeado por narrativas" e teve que se contrapor a elas durante toda a sua gestão no governo federal (2019-2022).

"Quanta inspiração, quanto sacrifício", disse Tarcísio, que depois falou em Deus, em orações e no Espírito-Santo para o avanço do Brasil. "Esse ano a gente começa a construir 2026", disse, ao destacar Bolsonaro como o líder nacional da direita e chamá-lo de "professor".

Tarcísio falou no dia de abertura da Cpac, conferência conservadora que acontece em Balneário Camboriú (SC). Segundo ele, "em São Paulo não terá invasão de terra, porque nós não vamos deixar" e que "o crime organizado em São Paulo não terá mais vez".

Bolsonaro comandou o país de 2019 e 2022 e perdeu a reeleição para Lula (PT), um fato inédito entre presidentes que disputaram a eleição no cargo. O ex-presidente teve uma gestão marcada pelo negacionismo na pandemia e por declarações golpistas e ataques a outros Poderes.

Enquanto ministro da Infraestrutura de Bolsonaro, Tarcísio endossou a postura negacionista do então presidente diante da pandemia do coronavírus. O agora governador estava ao lado de Bolsonaro na live em que o ex-presidente ri ao comentar um suposto aumento de suicídios na pandemia.

Aliado e ex-ministro de Bolsonaro, Tarcísio é frequentemente cobrado por aliados próximos de Bolsonaro a se posicionar publicamente em defesa do ex-presidente.

Eles avaliam que o governador, apesar de ter sido eleito com o apoio de Bolsonaro, não é de fato comprometido com as pautas bolsonaristas. Tarcísio já afirmou que não é um bolsonarista raiz e que não quer se envolver em guerras ideológicas e culturais.

Como relatou a Folha, a quinta edição da Cpac Brasil deve consolidar a aliança do bolsonarismo com movimentos mundiais da direita radical.

O evento no sábado (6) e domingo (7), inspirado em uma conferência que ocorre anualmente nos EUA desde os anos 1970, dará palco a Bolsonaro e ao atual chefe de Estado argentino, Javier Milei.

A expectativa é de uma imagem dos dois juntos e de provocações ao presidente Lula (PT) nos discursos.

O argentino irritou o governo brasileiro ao vir ao país em caráter não oficial, ignorando os protocolos diplomáticos. No domingo, terá uma agenda carregada, com encontros com empresários e o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), antes de falar no evento.

Outras figuras de proa da direita latino-americana e europeia estarão presentes. Do Chile virá José Antônio Kast, que perdeu no segundo turno a eleição presidencial para o esquerdista Gabriel Boric em 2021 e desponta como favorito no pleito do ano que vem.

Ministro da Justiça de El Salvador, Gustavo Funes deve ser recebido efusivamente pela plateia, já que a política de linha-dura contra o crime no país centro-americano, com encarceramento em massa de suspeitos, tornou-se uma referência para a direita brasileira.

Também estão previstas as presenças de representantes de partidos europeus como o português Chega! e o Grupo de Conservadores e Reformistas do Parlamento do bloco. Ambiciosa, a organização do evento chegou a convidar o ex-presidente americano Donald Trump, sem sucesso.


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