Câncer de próstata mata 47 homens por dia no Brasil
Em 2023, o Brasil registrou 17.093 mortes por câncer de próstata, uma média de 47 óbitos diários, conforme dados da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). Embora esse número seja alarmante, o câncer de próstata apresenta altas chances de cura se detectado precocemente e tratado. Ele é o segundo tipo de câncer mais comum entre homens, atrás apenas do câncer de pele. Estima-se que até 2025, aproximadamente 71.730 novos casos surjam anualmente, com uma média de 196 novos diagnósticos diários, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca).
A SBU recomenda que homens a partir dos 50 anos realizem consultas regulares com um urologista, enquanto aqueles com histórico familiar da doença ou outros fatores de risco devem iniciar o acompanhamento aos 45 anos. Entre os principais fatores de risco estão idade, obesidade, tabagismo, sedentarismo e hereditariedade. Para homens negros, o risco é maior, com evidências indicando uma maior agressividade do tumor nesse grupo devido a fatores genéticos.
Apesar da recomendação da SBU, o SUS não realiza o rastreamento do câncer de próstata em pessoas assintomáticas, seguindo diretrizes do Ministério da Saúde e do Inca. Eles argumentam que o rastreamento populacional não reduz significativamente a mortalidade, podendo gerar diagnósticos equivocados e tratamentos desnecessários. Em vez disso, o foco é o diagnóstico precoce em pessoas com sinais e sintomas.
Para identificar a doença, os exames incluem o toque retal e o teste de PSA (antígeno prostático específico). Em casos de alterações, é indicada a biópsia para confirmar a presença do tumor. Segundo especialistas, o câncer de próstata é semelhante a outros tipos de câncer: quanto mais cedo é diagnosticado, maiores são as chances de cura.
Muitas histórias ilustram o sucesso do diagnóstico precoce. Gustavo Boog, de 79 anos, foi diagnosticado aos 62 e, após cirurgia, permanece curado. Outro caso é o de Marlon dos Santos, de 53 anos, que detectou o câncer por meio do exame de PSA e realizou a remoção da próstata por cirurgia robótica, preservando a qualidade de vida.
Entre os efeitos colaterais possíveis da cirurgia, estão a incontinência urinária e a disfunção erétil, que podem ser controladas com tratamentos adicionais. Além da cirurgia, outras opções terapêuticas, como radioterapia e quimioterapia, podem ser indicadas dependendo do estágio da doença.
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