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Especialista fala sobre os riscos do tabagismo para a saúde da mulher

Por Portal Do Holanda

26/08/2024 11h10 — em
Saúde e Bem-estar


Foto: Reprodução Pexels

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas por ano - 7 milhões dessas mortes resultam do uso direto do produto, enquanto cerca de 1,2 milhão são não-fumantes expostos ao fumo passivo. Dados do Ministério da Saúde, no Brasil 9,3% de adultos com mais de 18 anos são fumantes – eles se dividem entre 10,2% de homens e 7,2% de mulheres.

Além de números, há também diferenças entre os efeitos do tabagismo em homens e mulheres. O cigarro tem impactos distintos na saúde feminina, acentuando uma série de problemas.

O pneumologista Dr. Ciro Kirchenchtejn, explica que o tabagismo tem uma história complexa e uma evolução no marketing voltada para esses públicos diferentes.

“Desde o final do século 19, a indústria do tabaco desenvolveu campanhas publicitárias distintas para homens e mulheres. Para os homens, o marketing associava o cigarro a sucesso e virilidade, enquanto para as mulheres, os cigarros eram promovidos como uma forma de emagrecimento e sofisticação”, lembrou o especialista.

De acordo com o pneumologista, o tabagismo feminino resulta em uma maior prevalência de certas doenças.

“Embora homens e mulheres compartilhem doenças comuns associadas ao tabagismo, como câncer de pulmão e doença pulmonar, as mulheres têm uma propensão maior a desenvolver câncer de pulmão, além de doenças específicas do aparelho reprodutivo”, explicou Kirchenchtejn.

O especialista ressalta que mulheres fumantes enfrentam riscos adicionais durante a gravidez, como parto prematuro, baixo peso do bebê ao nascer e complicações que afetam tanto a mãe quanto a criança.

“Se uma mulher deseja engravidar, o ideal é parar de fumar antes de tentar conceber. Contudo, parar de fumar para melhorar a saúde em geral é uma escolha benéfica a qualquer momento”, afirmou.

As diferenças biológicas tornam as mulheres mais suscetíveis a certos problemas de saúde relacionados ao tabagismo, segundo o especialista.

“As mulheres metabolizam a nicotina de forma diferente devido aos efeitos do estrógeno, o que pode resultar em uma maior produção de nitrosaminas, substâncias cancerígenas presentes no cigarro”, disse o médico.

Questões emocionais e comportamentais também afetam o modo como as mulheres lidam com o ato de fumar.

O especialista enfatiza a importância de abordar a dependência psicológica, além da física, no processo de cessação do tabagismo.

“Programas de cessação devem incluir terapia cognitivo-comportamental para ajudar as pessoas a lidarem com os gatilhos emocionais e comportamentais que levam ao tabagismo”.

Buscar ajuda profissional é de suma importância para ter êxito na tentativa de parar de fumar.

“Embora seja possível parar de fumar sozinho, a maioria das pessoas precisa de suporte adicional para ter sucesso. Programas estruturados e acompanhamento profissional aumentam significativamente as chances de sucesso”, lembrou o especialista.

Neste Dia Nacional de Combate ao Fumo, é preciso reconhecer e enfrentar as particularidades do impacto do tabagismo na saúde e promover estratégias eficazes para acabar com o uso do tabaco.

Cigarros eletrônicos

O pneumologista também lembrou que, além do cigarro convencional, os eletrônicos – conhecidos como vapes, pod, pendrive, caneta, entre outros nomes – também fazem mal à saúde.

“Os cigarros eletrônicos muitas vezes contêm mais nicotina do que os cigarros tradicionais e são frequentemente direcionados a jovens e grupos vulneráveis”, alertou o especialista, que também menciona os riscos ambientais e legais associados ao uso desses produtos, que muitas vezes são adquiridos de forma irregular e contribuem para a poluição com metais pesados.

As substâncias usadas nesses aparelhos podem causar tanto mal quanto o cigarro comum quando vaporizadas e inaladas. Como contém concentrações altíssimas de nicotina, muitas vezes transformada para se tornar mais rapidamente absorvida, o dispositivo eletrônico torna o ato de fumar altamente viciante.


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O Portal do Holanda foi fundado em 14 de novembro de 2005. Primeiramente com uma coluna, que levou o nome de seu fundador, o jornalista Raimundo de Holanda. Depois passou para Blog do Holanda e por último Portal do Holanda. Foi um dos primeiros sítios de internet no Estado do Amazonas. É auditado pelo IVC e ComScore.

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