Luz de dispositivos aumenta fadiga ocular e pode causar doenças na retina
Um levantamento realizado em 45 países mostrou que o Brasil ocupa o segundo lugar no mundo em exposição da visão às diferentes telas. Das cerca de 16 horas do dia que um brasileiro passa acordado, 56,6%, ou seja, mais da metade dessas horas, acontece em frente a telas de computadores, smartphones ou outros equipamentos, de acordo com o Digital 2023 Global Overview Report, da DataReportal.
Com a dependência a esses dispositivos no dia a dia, entender os impactos da luz azul na visão se torna uma preocupação e médicos alertam sobre os efeitos da exposição prolongada à saúde ocular e formas de protegê-la.
Essencialmente, a retina funciona como o "filme" em uma câmera, capturando a luz e transformando em informações visuais que o cérebro pode interpretar. "Nossa retina é capaz de absorver a luz emitida de diferentes dispositivos eletrônicos e o aumento da exposição devido à mudança de comportamento preocupa pela exposição excessiva à luz azul, um dos fatores para desenvolvimento de fadiga ocular e olho seco”, explica Dra. Mirela Yunes, gerente médica da União Química.
A fadiga ocular digital, como é conhecida, ocorre por diminuição do piscar de olhos em frente a telas. Além disso, a alta energia da luz azul leva a estresse oxidativo e inflamação nos tecidos oculares. “Ao ser exposta de forma prolongada e intensa à luz azul, a retina passa pelo processo de estresse oxidativo, um dos responsáveis pelo envelhecimento celular e um possível fator de risco para degeneração macular” explica a médica.
Para realizar sua função de forma completa, a retina depende naturalmente de alguns nutrientes e vitaminas presentes na dieta que são essenciais ao seu funcionamento. Entre os nutrientes importantes e que possuem propriedades antioxidantes estão os carotenoides, como a luteína e a zeaxantina, que se acumulam na retina e a protegem contra lesões induzidas pela luz, pois filtram a luz UV azul e promovem ação antioxidante.
Estudos mostram que as quantidades de luteína e zeaxantina obtidas pela alimentação apenas podem não ser suficientes para suprir o adequado funcionamento da retina e a suplementação desses nutrientes pode ajudar a melhorar a fadiga ocular em pacientes que permanecem muitas horas em frente a telas, auxiliando a minimizar os efeitos da luz azul artificial e ajudando a preservar a saúde ocular pela ação antioxidante.
ASSUNTOS: Saúde e Bem-estar