Longe de ser mero tabu, o sexo anal divide opiniões entre as mulheres, que relatam sofrer pressão dos companheiros para ceder a prática. "Só compro seu presente, se no meu aniversário tiver anal", era assim que o namorado de Thayane Campos costumava brincar para fazê-la ceder. "Pelo menos 80% das minhas clientes fizeram sexo anal porque foram pressionadas pelos parceiros", afirmou a sexóloga Vanessa Inhesta ao Universa.

E a pressão pode ficar ainda mais sem sentido, pois mulheres que não topam a prática são taxadas como sexualmente mal resolvidas ou puritanas. "É um grande mito de que, se a pessoa gosta de sexo, ela tem que gostar de absolutamente tudo. Mas vamos sempre preferir algo, isso é normal. Não há problema nenhum em não gostar de alguma prática", explicou a sexóloga.

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Foi o que aconteceu com a assistente administrativa Luna Shulz e o namorado. "Conversamos sobre e tudo aconteceu com muito respeito, no meu tempo, mas mesmo assim achei sem graça. Para mim, não vale a pena", contou.

Algumas mulheres tiveram curiosidade em ter uma relação anal, mas não fazem mais, pois apenas não mudou a vida delas sexualmente. "Pode ser prazeroso, mas não é algo que eu quero fazer sempre. Gosto muito mais e tenho mais desejo pelo sexo vaginal e pelo oral. Foi bom, vou fazer de novo? Se tiver vontade", concluiu.

"Existe essa ideia de que quem é boa de cama faz tudo que o outro quer. É uma coisa ainda de servidão, de fazer sexo apenas para agradar o homem", comenta.

Larisse acabou cedendo ao pedido do namorado, especialmente porque aprendeu desde cedo, dentro de casa, que a mulher deveria "segurar o homem", mas ela não curtiu a experiência. "Nunca tinha sentido vontade e não sinto até hoje", disse.

A artesã Juliana Souza, também foi pressionada por ex-namorados e até pelo atual marido, mas tentou por três vezes e não curtiu. "Percebi que não gosto e pronto, falei para o meu marido que se ele quisesse poderia arrumar outra mulher", brincou.

Para a sexóloga, o fato dessas mulheres terem certeza que não gostam da prática é consequência do autoconhecimento e da segurança com a própria sexualidade.