A demência é uma síndrome que engloba diversos diagnósticos que causam declínio cognitivo, sendo a doença de Alzheimer uma das principais causas. No entanto, especialistas destacam que práticas saudáveis, como uma boa alimentação, sono de qualidade e a prática regular de atividades físicas, podem ajudar a proteger o cérebro contra doenças degenerativas.

Segundo o neurocientista Fernando Gomes, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), sintomas como lapsos de memória, dificuldade de concentração e raciocínio lento não necessariamente indicam demência, mas podem ser sinais de um desempenho cognitivo abaixo do ideal. Para melhorar essa função cerebral e trabalhar a neuroplasticidade — capacidade do sistema nervoso de criar novas conexões —, existem exercícios que podem estimular a mente de maneira eficaz.

Entre as recomendações, está o desafio de voltar para casa sem o auxílio de aplicativos de navegação, o que estimula a orientação espacial e o raciocínio geográfico. Outra dica é ouvir música em volume baixo, uma prática que, segundo um relatório da revista The Lancet, pode ajudar a prevenir a perda auditiva, um fator de risco para a demência.

Além disso, ir ao mercado sem uma lista de compras, aprender a tocar um instrumento musical e sair para dançar são atividades que estimulam a memória, a coordenação motora e o convívio social, fatores cruciais para a saúde mental, especialmente na velhice.

Outros hábitos recomendados incluem escrever regularmente para exercitar a linguagem e o pensamento organizado, bem como manter uma vida sexual ativa, algo que, de acordo com Gomes, também pode ser importante para a saúde física e mental, especialmente em idades avançadas.

Essas práticas simples, quando incorporadas ao dia a dia, podem contribuir para manter o cérebro ativo e reduzir os riscos de declínio cognitivo ao longo dos anos.