Cinco morrem em operação para prender suspeitos de matar policial no Rio
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RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Cinco pessoas morreram durante uma operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro na Ladeira dos Tabajaras, comunidade localizada entre Copacabana e Botafogo, na zona sul da cidade, nesta terça-feira (15).

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A ação tem como objetivo cumprir mandados de prisão contra dois suspeitos de envolvimento na morte do agente da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais) João Pedro Marquini, assassinado no fim de março durante uma tentativa de assalto na frente da esposa, a juíza Tula Corrêa de Mello.
Os nomes dos mortos não foram divulgados. Segundo o secretário da Polícia Civil, delegado Felipe Curi, um deles seria um dos chefes do tráfico na comunidade, e os demais também seriam suspeitos.
Os principais alvos da ação, identificados como Walace Andrade de Oliveira e Antonio Augusto DAngelo Fonseca, seguiam foragidos até o início da tarde. A reportagem não conseguiu localizar a defesa dos dois.
A operação foi conduzida pela Core e pela DHC (Delegacia de Homicídios da Capital) e provocou um intenso tiroteio logo no início da manhã.
Ruas de Botafogo e Copacabana foram interditadas, como a Real Grandeza e a Pinheiro Guimarães, e motoristas chegaram a trafegar pela contramão para escapar da área de confronto. Um helicóptero da Polícia Civil também sobrevoava a região.
Nas redes sociais, moradores relatavam intensa movimentação de policiais e barulho de tiros. Um vídeo mostra o momento em que as equipes policiais da Core avançam pela comunidade, e um policial cai da caçamba de uma viatura ao desembarcar. A cena acontece sob intenso tiroteio.
Mesmo após o fim dos disparos, a presença policial seguia forte na Ladeira dos Tabajaras. Ao menos nove viaturas da Delegacia de Homicídios permaneciam na subida da comunidade no início da tarde, e equipes da Core avançavam por trechos de mata. Foram apreendidos três fuzis, duas pistolas e granadas.
A Polícia Civil chegou aos nomes dos suspeitos do assassinato de Marquini por meio da análise de imagens de câmeras de segurança, depoimentos de testemunhas e cruzamento de dados de inteligência.
De acordo com a investigação, os criminosos estariam tentando fugir da zona oeste após uma troca de tiros com milicianos. A ideia era roubar o carro da juíza, que é blindado, para usar o veículo na fuga.
Na noite do crime, o agente João Pedro Marquini e a juíza Tula Mello que atua no 3º Tribunal do Júri da Capital haviam ido à casa da mãe dele, em Campo Grande, para buscar seu carro. No retorno à Barra da Tijuca, ele seguia na frente, dirigindo o próprio automóvel, e Tula vinha logo atrás.
Ao ver um carro atravessado na pista e homens armados, Marquini chegou a ligar para um colega pedindo reforço. A polícia suspeita de que ele tenha desembarcado e sido atingido antes de reagir. O agente foi baleado duas vezes no peito, duas vezes no braço e uma vez na perna. A juíza tentou dar marcha à ré para escapar, mas ao menos quatro tiros atingiram a lateral do seu carro. Ela não foi ferida.
Em razão da operação, a Secretaria Municipal de Saúde informou que um centro de atendimento na região da Ladeira dos Tabajaras suspendeu as atividades externas, como visitas domiciliares.
A ação ocorre menos de duas semanas após o STF (Supremo Tribunal Federal) concluir o julgamento da ADPF 635, conhecida como ADPF das Favelas, que estabeleceu um conjunto de medidas para reduzir a letalidade policial no Rio. Entre elas, estão o fortalecimento da atuação da Polícia Federal no estado e a exigência de um plano de reocupação de territórios dominados por facções criminosas.

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