Clínica em SP onde mulher morreu ao fazer hidrolipo estava irregular, segundo prefeitura
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A clínica Maná Day, onde Paloma Lopes Alves, 31, morreu ao passar por um procedimento de hidrolipo, para remoção de gordura localizada, na tarde desta terça-feira (26), estava irregular, de acordo com a Prefeitura de São Paulo.
"Para o estabelecimento Maná Hospital Day Ltda - CNPJ: 53.936.372/0001-90, não foi identificada Licença Sanitária junto à vigilância sanitária municipal ou mesmo solicitação de licenciamento sanitário protocolado. Ele foi autuado e interditado por exercer atividade irregular", afirmou a prefeitura.
Uma equipe da Covisa (Coordenadoria de Vigilância em Saúde) esteve no estabelecimento, na avenida Conselheiro Carrão, 1.167, Vila Carrão, na manhã desta quarta-feira (27) e encontrou o local fechado.
Ainda segundo a gestão municipal, no mesmo endereço, o estabelecimento SB7 Intermediadora de Serviços Médicos Ltda., sob o CNPJ 54.004.634/0001-41, não possui Licença Sanitária junto à vigilância sanitária municipal ou mesmo solicitação de licenciamento sanitário protocolado.
"Para este local, consta somente o auto de licença de funcionamento, junto à subprefeitura, de uso e ocupação de solo para atividade médica ambulatorial restrita a consultas", afirmou a prefeitura.
O médico Josias Caetano dos Santos, responsável pelo procedimento, que culminou na morte da paciente, não consta como sócio ou proprietário de nenhum dos CNPJs.
O escritório do advogado Lairon Joe Alves Pereira, que defende o médico, afirmou que tudo o que era necessário para a cirurgia estava no local.
"Havia todos os equipamentos, conforme constatará em perícia realizada no local. O fato de a clínica não estar regular na prefeitura é um fato administrativo que não tem relação de causa e efeito com a intercorrência que ela veio a ter na cirurgia. A clínica não é do Dr. [Josias Caetano], somos limitados para dar informações de regularidades administrativas", afirmou o escritório.
A fachada da clínica amanheceu pichada nesta quarta com palavras de ordem e pedidos de justiça.
A reportagem tentou contato com o médico, mas ele não respondeu às ligações e mensagens. Segundo o Cremesp (conselho regional de medicina de SP), ele faz parte da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e tem o registro de CRM ativo.
A defesa afirmou que enviaria um posicionamento nesta tarde, mas a nota não foi encaminhada até a publicação deste texto.
Paloma chegou ao local acompanhada do marido, de 34 anos.
No decorrer do procedimento, ela teve uma parada cardiorrespiratória. O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi chamado e a levou para o Hospital Municipal do Tatuapé, onde morreu.
Segundo o boletim de ocorrência, a provável causa da morte é embolia pulmonar.
Em entrevista à TV Globo, o médico disse que a paciente estava havia poucos minutos na sala de recuperação pós-operatória quando começou a passar mal.
"Ela estava com angústia respiratória, muita falta de ar. A paciente piorou muito a angústia respiratória e ela ficou inconsciente. Foi coisa de segundos", afirmou o médico.
Josias Caetano explicou que fez as manobras necessárias.
"A gente começou a fazer massagem cardíaca, a gente começou a ventilar com aquela máscara de oxigênio. Quando você tem um sofrimento por falta de oxigênio é esperado que com essas manobras já recupere rapidamente. Não foi o que aconteceu", declarou.
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