Defensoria pede afastamento de seguranças do Pátio Higienópolis por acusação de racismo
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Defensoria Pública do Estado de São Paulo recomendou nesta quinta (24) o afastamento de toda a equipe de segurança do shopping Pátio Higienópolis, com substituição em até 30 dias.

O fim da exigência do diploma de jornalista produziu a bagunça atual
Essa medida foi tomada em razão de supostos episódios de discriminação racial ocorridos no estabelecimento contra jovens negros, na semana passada, contra estudantes do colégio Equipe.
O órgão também recomendou a reparação imediata dos danos materiais e morais sofridos pelas vítimas. Procurado, o conjunto comercial não respondeu sobre o ofício.
Além do afastamento da equipe de segurança, a Defensoria recomendou a realização de um evento público, em até 30 dias, nas dependências do shopping. Nele, devem ser debatidos os direitos de crianças e adolescentes e o racismo no Brasil, com a participação de movimentos sociais.
O órgão acompanha casos de discriminação racial no shopping Pátio Higienópolis há seis anos. Eles já motivaram ajuizamento de ação judicial e diversas tratativas entre a administração do endereço, movimentos sociais e a própria defensoria.
Em 2019, foi realizado um curso de formação em direitos humanos para os funcionários da segurança do estabelecimento. Porém, "novos casos de racismo foram registrados, demonstrando a ineficácia das medidas adotadas", traz o ofício.
O shopping tem 48 horas para responder ao pedido dos defensoria com informações sobre as medidas concretas que serão adotadas para o cumprimento da recomendação. A defensoria ressalta que a recomendação é um instrumento extrajudicial para a solução do problema, mas que poderá adotar medidas administrativas e judiciais cabíveis caso as medidas recomendadas não sejam implementadas.
Nesta quarta (23), alunos e professores do Equipe entraram no Pátio Higienópolis para protestar contra uma abordagem sofrida por dois de seus colegas.
No episódio denunciado, os estudantes, ambos de 12 anos, foram até o estabelecimento para almoçar antes do início das aulas da tarde. A escola fica a cerca de 400 metros do shopping. Eles estavam acompanhados de uma amiga branca.
Segundo relatos, uma segurança abordou a jovem branca na praça de alimentação e perguntou se os adolescentes negros estariam incomodando e pedindo dinheiro.
O Pátio Higienópolis afirmou que na ocasião que "lamenta pelo ocorrido" e que está em contato com a família.
"O comportamento adotado não reflete os valores do shopping e o tema está sendo tratado com máxima seriedade. O empreendimento possui frequente grade de treinamentos e letramento, que será ainda mais reforçada para reiterar nosso compromisso inegociável com a construção de um espaço verdadeiramente seguro e acolhedor para todas as pessoas", diz o conjunto comercial.

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