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Desmatamento na amazônia em 12 meses é o menor da série histórica, mas com aumento em julho

Por Folha de São Paulo

07/08/2024 18h15 — em
Variedades



BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O número de alertas de desmatamento dos últimos 12 meses na amazônia foi o menor da série histórica, 45,7% inferior ao período anterior.

Já o cerrado segue em recorde de destruição, apesar de ser a quarta queda seguida na comparação com os mesmos meses do ano passado. O bioma registrou um aumento de 9% nos índices. A área desmatada no período foi de 7.015 km².

Na amazônia, foram devastados 4.315 km², frente a 7.952 km² do período anterior registrado.

Os dados são do sistema Deter, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), divulgados nesta quarta-feira (7), em cerimônia com as ministras Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima) e Luciana Santos (Ciência e Tecnologia). A atual série histórica do sistema é contabilizada desde 2015, compilando os dados de 12 meses entre agosto de um ano e julho do ano seguinte.

O mês de julho deste ano teve um aumento atípico de 33% na devastação quando comparado a julho do ano passado, o menor índice da série, com 500 km² de área devastada. Em 2024, esse valor subiu para 666 km².

"Houve uma redução muito grande em julho do ano passado, então o número ficou muito abaixo da tendência histórica, portanto ele variou um pouco para cima. E também tem a greve do Ibama, que tem suas consequências. Um conjunto de fatores que explica porque em julho tivemos um pequeno aumento", disse João Paulo Capobianco, secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente.

"Nós tivemos um descolamento da linha tendencial com uma redução da projeção do que seria o desmatamento se nada fosse feito. Nós acreditamos que esse dado sinaliza que vamos entrar agora em um ciclo de redução consistente do desmatamento nos próximos anos como ocorreu com a amazônia", explica ele.

Marina Silva ressaltou esforços para manter a tendência de queda nos índices e a necessidade de adaptar os pontos de atenção do governo a cada resultado obtido.

"É assim que quem não é negacionista faz política pública. Não queremos mascarar a realidade, queremos resultado que proteja a floresta, a biodiversidade e que mantenha as bases naturais do nosso desenvolvimento", afirmou. "Há uma dinâmica de queda em curso e nós iremos trabalhar cada vez mais a implementação do plano para que tenhamos o mesmo resultado que estamos alcançando na amazônia", disse.

Até julho deste ano, o cerrado seguia com índices maiores, quando teve sua primeira queda desde 2020. O bioma viveu uma destruição crescente, chegando a um recorde de 4.396 km² em 2023.

O desmatamento na amazônia vinha caindo durante o terceiro mandato do governo Lula. No primeiro semestre deste ano, o índice foi o menor desde 2017. Por outro lado, os números cresciam no cerrado.

Neste semestre, esse índice caiu pela primeira vez em quatro anos, para 3.724 km², uma redução de 15%.

O sistema Deter foi desenvolvido para servir de apoio a operações de fiscalização contra crimes ambientais. Mas dados produzidos pelo sistema têm ajudado a mostrar tendências no nível de desmate dos biomas.

Neste ano, também foram apresentados os primeiros dados de desmatamento no pantanal .


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