Empresário de MG é acusado de divulgar vídeos íntimos sem consentimento
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Um empresário de 27 anos é investigado sob suspeita estupro de vulnerável e distribuição de cenas de sexo sem consentimento em Minas Gerais. A defesa dele afirma que não há denúncia formal e que há divulgação parcial e inverídica do caso.

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As suspeitas vieram à tona após a advogada Kamilla Mello, 29, relatar nas redes sociais uma situação que viveu com João Vitor Mendonça, quando os dois saíam em 2023.
Em um dos encontros, segundo o relato, ele teria insistido em manter relações sexuais em um quarto específico de um sítio em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte.
Ela achou o comportamento estranho e, após o episódio, eles deixaram de sair. Depois, ela descobriu que um vídeo íntimo deles foi distribuído a moradores da cidade.
Kamilla começou a conversar com outras mulheres, que relataram ter passado por situação semelhante. Por isso, decidiu falar sobre o ocorrido nas redes sociais e diz ter recebido mensagens de mais de 40 mulheres com relatos semelhantes. Destas, ela afirma que ao menos quatro decidiram formalizar as denúncias.
O Ministério Público de Minas Gerais confirma o recebimento de queixas de ao menos duas mulheres contra João Vítor Mendonça.
Segundo a Promotoria, vítimas afirmaram o homem teria filmado as relações, sem consentimento, e divulgado os vídeos. Além disso, teria colocado substâncias em bebidas para sedá-las durante os encontros, que aconteciam no sítio dele.
"Por conta disso, as vítimas não conseguiriam oferecer resistência às práticas sexuais, o que caracteriza possível crime de estupro de vulnerável", diz a Promotoria, em comunicado em seu site.
Kamilla afirma lamentar que, após a repercussão, tenha sido alvo de críticas nas redes sociais, em que usuários minimizam e fazem chacota das denúncias.
"Comecei a ser apontada por mulheres. Isso é o que mais me entristece. Dos homens, eu não ligo, já espero", diz ela. "Fiquei sem sair na cidade, muito depressiva. Agora, estou juntando forçando para fazer [essa denúncia] ir para frente", diz.
Durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão num de seus endereços, a polícia encontrou oito armas de fogo, entre pistolas, revólveres, uma carabina e mais de 70 munições intactas.
O suspeito passou a ser investigado também por posse ilegal de arma de fogo, devido à "apreensão de armas e munições não registradas ou com registro vencido", segundo o Ministério Público. Segundo o jornal O Tempo, ele afirmou que as armas e a munição pertencem a seu avô, um "delegado aposentado, que tem Alzheimer".
Celulares, computadores e outros aparelhos eletrônicos encontrados nos endereços dele devem passar por perícia para procurar eventuais provas, como vídeos, fotos e trocas de mensagem. A perícia também pode servir para a identificação de outras vítimas.
Procurada pela reportagem, a defesa de João Vitor afirmou estar preocupada com o que chamou de "divulgação parcial, inverídica e sensacionalista de informações". Ressaltou que o caso tramita em segredo de Justiça e que ainda não houve acusação formal da Promotoria.
A defesa afirmou também que tomou medidas contra a "indevida exposição pública de informações" e sugeriu que a publicação de informações sobre o caso atentaria contra princípios do direito a contraditório, ampla defesa e presunção de inocência.
Além disso, disse que notificou formalmente o promotor responsável pelo caso, informando-o de que "condutas midiáticas, ao desbordarem limites legais, contribuem para o tumulto processual e interferem na busca da verdade".
No site, o Ministério Público de Minas Gerais orienta que outras possíveis vítimas procurem a Promotoria de Justiça de Betim para registro das ocorrências, contribuindo assim para o avanço das investigações.

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