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Escolas do Rio adotam banho de chuveirão após cidade ultrapassar 40°C

Por Folha de São Paulo

13/09/2024 19h45 — em
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RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Após bater 41,1ºC, escolas e transportes da cidade do Rio de Janeiro estão adotando medidas diferenciadas para calorão em pleno inverno.

A máxima foi registrada na quinta (12) em Guaratiba, na zona oeste, segundo a prefeitura. Essa foi a maior temperatura registrada neste inverno, que termina no próximo dia 22.

Nesta sexta, apesar de as previsões indicarem a chance de passar de 40°C, a temperatura chegou a 36,3°C em Irajá, também na zona norte.

Em escolas públicas e particulares, alunos estão sendo orientados a levar garrafas de água para encher em bebedouros. Em creches, banhos de chuveiro ao ar livre, na sombra, foram implementados para os pequenos.

Os banhos de chuveirão são comuns nas escolas durante o verão, não nesse período.

Responsáveis ouvidos pela reportagem afirmaram que optaram por enviar sanduíches gelados e gelinho em bolsas térmicas para os lanches. "Fiz de suco de uva e de manga para as minhas filhas", afirmou Karine Santanna, mãe gêmeas adolescentes que estudam no 7º ano, em uma escola da Ilha do Governador, zona norte do Rio.

Em nota, a secretaria municipal de Educação afirmou que "orienta que as equipes escolares incentivem a ingestão de líquidos pelos alunos com maior frequência e segue o Decreto Nº 54740, de junho, que prevê cinco níveis de calor na cidade e define diretrizes de atuação para cada um deles".

"Nos níveis mais altos, os órgãos são orientados a adaptar atividades de risco para calor extremo, ou até mesmo determinar a interrupção da mesma. No caso das escolas, as atividades comumente realizadas em área externa podem ser suspensas ou transferidas para locais internos", acrescentou.

Nesta sexta (13), praias como Copacabana e Ipanema, na zona sul, estavam cheias desde cedo, com cadeiras e diversos guarda-sóis já abertos para proteger os banhistas por volta das 8h.

A prefeitura informou que tem sua atenção voltada também para a população de rua. "As unidades de Atenção Primária estão preparadas para o atendimento a pessoas com sintomas relacionados ao calor, com salas de medição e hidratação para o cuidado necessário. As equipes, sobretudo do Programa Consultório da Rua, estão atentas para a assistência necessária às populações mais vulneráveis, como pessoas em situação de rua", disse, em nota.

A secretaria municipal de Saúde ressaltou que as principais orientações para este período são evitar exposição ao sol e atividades externas nas horas mais quentes do dia; manter a hidratação; evitar alimentação pesada e bebidas alcoólicas; e buscar ambientes mais frescos, com ventilador ou ar condicionado.

"Também é importante ficar atento aos sintomas de problemas causados pelo calor como insolação, dores de cabeça, enjoos, câimbras e fadiga, após exposição a temperaturas elevadas. Nestes casos, a indicação é procurar uma unidade de saúde para avaliação dos sintomas", acrescentou.

INCÊNDIOS E ESTIAGEM

Segundo os bombeiros, nesta sexta-feira, há cerca de 40 ocorrências de fogo em vegetação em andamento no Estado do Rio de Janeiro. No dia anterior foram registrados cerca de 460 focos no território fluminense.

Um dos pontos registrados foi no Parque das Andorinhas, no bairro de Itaipu, em Niterói, que permaneceu em chamas por mais de 12 horas. Também foram registrados entre esta quinta e sexta-feira, focos de incêndio em áreas de vegetação na Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana e na base da Pedra da Gávea.

Até o início de setembro, já haviam sido registrados 841 focos de incêndio florestais no estado. Nesse ritmo, o número poderá bater o recorde registrado em 2011, quando o Rio teve, ao longo de todo o ano, 972 casos.

O Corpo de Bombeiros atendeu, neste ano, a mais de 16 mil ocorrências, cerca de 4.600 a mais do que o mesmo período de 2023.

PLANO PARA EVITAR RACIONAMENTO

Com a seca e a falta de chuva, o abastecimento de água pode ficar prejudicado no estado. Nesta quinta, o governo afirmou que obras emergenciais serão feitas para manter a vazão do Sistema Imunana-Laranjal e minimizar os efeitos da estiagem sobre o abastecimento de água para a população fluminense.

"Os trabalhos começam ainda esta semana, com obras de desassoreamento do Canal de Imunana, onde a Cedae faz a captação de água para abastecer cerca de dois milhões de pessoas", afirmou em nota.

Já o sistema de energia também sofre impactos com o calor. Em nota, a Light, concessionária responsável pela rede elétrica, afirmou que, além das queimadas que atingem o sistema elétrico, "as ligações clandestinas sobrecarregam os transformadores, que são projetados para atender aos clientes regulares, e podem levar ao desligamento dos equipamentos e à falta de luz".

A empresa ainda enfrenta um prejuízo anual de aproximadamente R$ 800 milhões devido ao furto de energia. Em média, a cada 100 clientes regulares, 34 estão envolvidos com práticas de furto.

Para aliviar o calor no transporte, o metrô Rio colocou ventiladores nas estações. A frota conta com ar-condicionado. "Os equipamentos de refrigeração passam por inspeções diárias e, caso seja constatado algum problema, o trem é retirado de circulação e encaminhado imediatamente ao centro de manutenção", diz a assessoria da concessionária.

Já passageiros das barcas reclamaram do calor nas embarcações -nem todas possuem ar-condicionado.


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