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Estudantes entram no shopping Higienópolis em protesto contra suposta abordagem racista

Por Folha de São Paulo

23/04/2025 16h45 — em
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Centenas de alunos do colégio Equipe entraram no shopping Pátio Higienópolis, no centro de São Paulo, para protestar contra uma suposta abordagem racista sofrida por dois colegas no local.

Acompanhados de seus pais e professores, eles se dirigiram ao centro comercial na tarde desta quarta (23) trajando uma camiseta com o termo "Equipreta", entoando cânticos antirracistas e segurando cartazes com mensagens como "Juntos somos mais fortes".

O episódio de racismo denunciado ocorreu na tarde da última quarta (16). Os dois estudantes do Equipe, ambos de 12 anos, foram até o estabelecimento para almoçar antes do início das aulas da tarde. A escola fica a cerca de 400 metros do shopping. Eles estavam acompanhados de uma amiga branca.

Segundo relatos, uma segurança abordou a jovem branca na praça de alimentação e perguntou se os adolescentes negros estariam incomodando e pedindo dinheiro.

A família de uma das vítimas da abordagem esteve na manifestação. Sua mãe, Larissa Cunha, diz que o filho ficou muito traumatizado após o caso, mas que ele se sentiu melhor graças ao apoio recebido. Ela afirmou também que entrou com um processo contra o shopping.

O Pátio Higienópolis afirmou que "lamenta pelo ocorrido" e que está em contato com a família.

"O comportamento adotado não reflete os valores do shopping e o tema está sendo tratado com máxima seriedade. O empreendimento possui frequente grade de treinamentos e letramento, que será ainda mais reforçada para reiterar nosso compromisso inegociável com a construção de um espaço verdadeiramente seguro e acolhedor para todas as pessoas", diz o conjunto comercial.

A manifestação desta quarta ocorre sem interferência da equipe de segurança do Higienópolis. Apesar de espalhados por todo o prédio, os funcionários não tentam intervir.

Os clientes do shopping param para assistir e aplaudem a ação. Algumas lojas fecharam as portas durante o ato.

"Não foi a primeira e nem será a última abordagem racista aqui, sabemos, mas é hora de dizer chega", diz Marta Huertas, 45, mãe de um aluno do colégio.

Durante a manifestação, professoras leram um manifesto, repetido pelos estudantes.

"Não se trata de um fato isolado, já existem outras denúncias. E nelas todas a resposta institucional é a mesma: pedido de desculpas vazias, sem qualquer mudança efetiva de conduta. Cada ato racista deixa marcas, são feridas abertas", disse o texto.


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