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Fotos de fósseis destruídos na 2ª Guerra revelam nova espécie de dinossauro

Por Folha de São Paulo

28/01/2025 17h30 — em
Variedades


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SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Cientistas identificaram uma nova espécie de dinossauro a partir de fotografias armazenadas nos arquivos da Universidade de Tübingen, na Alemanha.

Os registros são de fósseis de um dos maiores carnívoros do planeta. Segundo os arqueólogos responsáveis, o animal habitou o Egito durante o período Cretáceo, há aproximadamente 95 milhões de anos. Os fósseis físicos foram destruídos durante a Segunda Guerra Mundial

A nova espécie foi batizada de Tameryraptor markgrafi. De modo geral, cientistas não incluem uma nova espécie de dinossauro sem ter contato com os fósseis diretamente. Entretanto, este é um caso excepcional.

"O recente gênero, Tameryraptor, une o antigo termo egípcio "Ta-Mery", que se traduz como "terra prometida", e a palavra raptor, que em latim é "ladrão". A designação da espécie markgrafi presta homenagem ao colecionador de fósseis alemão Richard Markgraf, responsável pela escavação do dinossauro no Oásis de Bahariya em 1914, conforme revela o estudo", diz comunicado sobre o estudo.

Os cientistas constataram que o dinossauro tinha cerca de 10 metros de comprimento, quase o tamanho do famoso T-Rex, que tinha, em média, 12 metros.

TAMERYRAPTOR EVIDENCIA ERRO EM CLASSIFICAÇÃO ANTERIOR

A descoberta do Tameryraptor refuta dados sobre outro fóssil estudado no início do século XX. Encontrados no Oásis de Bahariya, no Deserto Ocidental do Egito, restos fossilizados foram estudados pelo paleontólogo alemão Ernst Stromer von Reichenbach.

Stromer classificou o fóssil como pertencente a um novo gênero: Carcharodontosaurus saharicus (réptil com dente de tubarão do Saara). Contudo, a peça foi destruída em um incêndio e, na década de 1990, um novo fóssil de crânio de dinossauro do gênero Carcharodontosaurus foi encontrado no Marrocos, tornando-se o único a representar a espécie.

Classificação dada por Stromer estava equivocada, segundo pesquisas recentes realizadas pela LMU (Ludwig Maximilian University of Munich). Liderado pelo paleontólogo Maximilian Kellermann, o estudo mais atual comparou as fotos e anotações de Stormer com o fóssil encontrado no Marrocos nos anos 90, e logo perceberam que eles não tinham ligação.

Assim, a teoria sobre a nova espécie Tameryraptor ganhou força. Por não se parecer nada com o gênero Carcharodontosaurus, conhecido por ter um chifre proeminente e um cérebro frontal ampliado, o fóssil achado no começo do século XX e identificado nas fotos guardadas pela Universidade de Tübingen foi oficialmente reclassificado.

"No começo, fiquei um pouco confuso quando encontramos as novas fotos, e depois fiquei super animado. Quanto mais analisávamos, mais diferenças encontrávamos", disse Maximilian Kellerman, ao Live Science.

A reavaliação do fóssil encontrado no Egito foi publicada no periódico PLOS One, no dia 14 de janeiro de 2025.


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