Imagem de Nossa Senhora das Dores é descaracterizada após restauro não autorizado em GO
MACEIÓ, AL (FOLHAPRESS) - Uma imagem histórica de Nossa Senhora das Dores, localizada na Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário, em Pirenópolis (GO), foi descaracterizada após passar por um processo de restauro não autorizado.
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O Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) informou que não autorizou a intervenção, realizada sem acompanhamento de técnico restaurador habilitado, e que está apurando o caso.
Após a intervenção, a imagem ganhou um tom mais avermelhado nas bochechas e nos lábios. As lágrimas no rosto também ficaram menos destacadas, assim como as mãos ficaram mais claras e os cabelos, arrumados.
De acordo com o conservador e restaurador de obras de arte Danilo Visintainer, as fotografias não indicam que houve uma nova pintura, mas sim um processo de limpeza, em que foram perdidas características da obra original.
"Com base nas fotografias, vejo que não havia necessidade de ser feito um restauro dessa obra. Ela não tem perda da imagem, não tem perda de policromia, não tem perda alguma. O que parece é que foi feita essa limpeza, com algum produto químico, para remover a sujeira de cima da peça, e aí saíram características do artista, como a lágrima que escorria pelo olho e agora parece menos visível."
Segundo ele, o que teria sido perdido por causa da limpeza não é mais recuperável.
"Caso o Iphan ache necessário, o que pode ser feito é que uma pessoa habilitada possa sutilmente devolver as características da imagem, refazer algumas coisas que foram perdidas", explicou.
O órgão ressaltou que já havia realizado uma vistoria na igreja em março e não foi informado sobre a necessidade de restauro da imagem.
A Diocese de Anápolis, responsável pela imagem, disse que colocou a peça à disposição do Iphan para que sejam realizados os devidos esclarecimentos e análises técnicas.
A diocese também reafirmou seu compromisso com a preservação do patrimônio histórico, artístico e religioso.
De acordo com o Iphan, as reclamações foram recebidas no dia 4 de abril. O órgão solicitou esclarecimentos aos gestores da igreja e um cronograma para a restauração da imagem, para reverter os danos.
Na segunda-feira (7), o Iphan enviou uma equipe técnica ao local para apurar o ocorrido. A análise ainda não foi concluída. O órgão salientou que a igreja e seu acervo são tombados individualmente pelo órgão.
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