SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Aumentou para sete o número de membros da Mancha Alviverde, principal torcida organizada do Palmeiras, procurados pela Polícia Civil por envolvimento em uma emboscada na rodovia Fernão Dias, em Mairiporã, na Grande São Paulo. A briga resultou na morte do cruzeirense José Victor Miranda, 30.

O ataque ocorreu na madrugada de domingo (27), quando os membros da Máfia Azul, torcida a qual Miranda fazia parte, retornavam de Curitiba (PR).

Até o momento apenas um palmeirense foi preso. Ele foi localizado na sexta-feira (1º ) no bairro da Freguesia do Ó, na zona norte. Contra os oito torcedores há mandados de prisão temporária por 30 dias expedidos pela Justiça.

As investigações tocadas pela Drade (Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva) com apoio do Gaeco, grupo do Ministério Público especializado em investigações contra o crime organizado, apontam que os integrantes da Mancha chegaram ao entorno do local da briga cerca de uma hora e meia antes do confronto. As apurações indicam a participação de 150 palmeirenses.

Fotos e cadastros no banco de dados da delegacia têm sido usados para tentar identificar os envolvidos. Eles são cruzados com as imagens obtidas ao longo da rodovia e na praça de pedágio, ponto onde ocorreu a confusão.

Ao menos dois veículos usados no transporte foram identificados. Um Chevrolet Celta foi apreendido sexta durante cumprimentos de mandados de busca e apreensão. Ele pertence a um dos homens procurados. Um outro automóvel, um Honda CRV, não foi encontrado. Ele está em nome da esposa de um dos envolvidos, que possui um longo histórico de brigas.

Entre os procurados está o presidente da Mancha Alviverde, Jorge Luis Sampaio, 43. Uma das provas contra ele foi o sinal do celular, que apontou estar na região de Mairiporã naquele domingo. Sampaio é considerado o mentor intelectual da emboscada. O ato teria sido uma revide a uma agressão sofrida por torcedores da Mancha, inclusive a ele, em setembro de 2022 na mesma rodovia, mas em solo mineiro.

Jorge Luis era funcionário do gabinete do líder do PL na Câmara de São Paulo, Isac Félix, e foi exonerado dois dias após a emboscada, segundo a coluna Painel.

Imagens obtidas pela polícia indicam que na madrugada do crime houve uma reunião em um estacionamento em Mairiporã, entre os participantes estava Felipe Matos dos Santos, 31, conhecido como Fezinho, que estava vestido com roupas camufladas semelhantes as usadas pelo Exército. Ele também é procurado.

O advogado Gilberto Quintanilha, que defende além de Sampaio e Santos outros dois torcedores, se queixou da ausência de informações sobre o andamento do processo.

"A defesa até o momento não possui acesso ao inquérito, tampouco ao resultado das diligências. A imprensa possui mais informações que a própria defesa constituída, mesmo o caso estando em segredo de Justiça, isso é uma afronta ao Estado de Direito e ampla defesa dos averiguados".