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Justiça mantém condenação de perito por mentir em laudo de acidente que matou filho de Alckmin

Por Folha de São Paulo

03/09/2024 18h15 — em
Variedades



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Justiça de São Paulo negou recurso apresentado pelo perito Helio Rodrigues Ramacciotti e confirmou a sentença imposta a ele por mentir no laudo pericial do acidente de helicóptero que matou Thomaz Rodrigues Alckmin, filho do então governador e atual vice-presidente Geraldo Alckmin, no dia 2 abril de 2015.

Além de Thomaz, o helicóptero EC 155 B1 da Eurocopter, prefixo PP-LLS, da empresa Seripatri, transportava outras quatro pessoas, que também morreram. A queda ocorreu na rua da Lagoa, no bairro Fazendinha, em Carapicuíba, na Grande São Paulo. Thomaz, que era piloto, participava de um voo teste.

Ramacciotti foi condenado a uma pena de 3 anos, 1 mês e 10 dias em regime aberto pelo crime de fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade como testemunha ou perito em processo judicial, policial ou administrativo. A pena foi depois convertida em prestação de serviços à comunidade e prestação pecuniária no valor de um salário mínimo.

Ramacciotti também foi sentenciado à perda da função pública sob a justificativa de que a gravidade do desvio torna evidente a incompatibilidade para o exercício do trabalho.

Procurado, o advogado Daniel Bialsk, que defende o perito no processo, disse que estava em um julgamento e retornaria mais tarde à reportagem.

De acordo com a sentença, conta nos autos que Ramacciotti " fez diversas afirmações falsas, como perito, no inquérito policial, com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal".

Foram listadas aos menos quatro divergências em relação ao que foi observado pelos investigadores. O perito afirmou, por exemplo, que o painel onde ficam as chaves não havia sido danificado significativamente e que as chaves próximas estavam em posições adequadas para condições normais de voo. No entanto, após análises de fotos, o Ministério Público constatou que o painel havia sido danificado e que as chaves não estavam em posição adequada para voo.

Também foram apontados um erro na certificação da aeronave, e outro sobre o modelo do helicóptero.

Ainda segundo a sentença, as falsidades apontadas, aliadas a outros equívocos da investigação, quase mudaram os rumos do inquérito, acarretando inclusive no indiciamento indevido de pessoas.


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