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Moradores são retirados de pensões e hotéis durante megaoperação no centro de SP

Por Folha de São Paulo

06/08/2024 13h30 — em
Variedades



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Moradores de ao menos seis pensões e hotéis na região central de São Paulo foram retirados desses locais na manhã desta terça-feira (6) durante megaoperação contra o crime organizado.

Os imóveis constam na investigação como locais usados para esconder drogas e celulares roubados.

Em uma das pensões, na alameda Barão de Piracicaba, nos Campos Elíseos, 45 famílias tiveram que sair às pressas levando apenas o RG, conforme determinação dos policiais.

"Aqui é uma pensão. Não nos avisaram nada, apenas chegaram e disseram que era para pegar o documento e sair. Somos moradores, pagamos aluguel", afirmou Verônica Briones, que disse morar há 25 anos no endereço. Ela esperava permissão para voltar para seu apartamento e tinha somente o cartão do banco nas mãos. "Trouxe só isso porque não queria ficar sem dinheiro."

Locatário do imóvel de três andares, Jurandir Lopes disse pagar R$ 10 mil por mês ao proprietário. "Chegaram hoje quebrando porta. Não tem tráfico de drogas aqui, coloquei câmera em tudo justamente por isso", afirmou.

O retorno dos moradores foi autorizado por volta das 12h após os policiais revistarem todos os cômodos em busca de drogas.

Sentada na calçada com nove cachorros, Vivian Muller chorava preocupada com os cinco gatos que havia deixado no apartamento antes de ser retirada pelos policiais. "Tenho cinco gatos e sete cachorros, só consegui descer com eles e mais dois da minha vizinha", disse.

No hotel ao lado, onde vivem 27 famílias, os policiais afirmaram ter encontrado entorpecentes e por isso foi ordenado o emparedamento do imóvel. "Moro aqui há 15 anos, minha renda só alcança pagar aluguel aqui", afirmou Vilma de Freitas.

Os imóveis alvo da operação desta terça-feira ficam próximos aos quarteirões ocupados pela cracolândia por mais de 30 anos, no entorno da estação Júlio Prestes.

Por causa da proximidade com o tráfico de drogas, os moradores dessas pensões foram inseridos na fila dos programas de moradia social do estado e da prefeitura, mas a maioria ainda não foi contemplada.


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