Motorista diz ter visto 'vulto' antes de perder controle de ônibus em Araguari (MG)
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PORTO ALEGRE, RS (FOLHAPRESS) - O motorista do ônibus que tombou em Araguari (MG) na madrugada de terça-feira (8) disse à polícia que viu um "vulto" instantes antes do acidente que deixou 11 mortos e 36 feridos.

Você é vítima, mas vai pagar a conta
"O motorista do ônibus disse que viu um vulto, um reflexo, e perdeu o controle do veículo. Basicamente ele alega isso", disse o delegado regional da Polícia Civil em Araguari, Luciano Alves dos Santos.
Segundo Santos, o motorista do ônibus tem 58 anos, atua na profissão há 32 e é contratado da viação Real Expresso há quatro. Em depoimento, afirmou que fazia a rota semanalmente e que nunca havia sofrido um acidente grave antes. Ele não se feriu no acidente e foi liberado após prestar esclarecimentos.
O delegado regional disse que por enquanto não vai abordar possíveis causas do acidente até o término do relatório da investigação, que tem prazo de 30 dias.
A polícia solicitou à Real Expresso informações técnicas do ônibus e aguarda o envio. Em nota divulgada na terça-feira, a empresa afirmou que o veículo estava regularizado e autorizado a operar na rota.
O ônibus transportava 53 passageiros e seguia de Anápolis (GO) para São Paulo quando tombou por volta das 3h40 na rodovia MG-223, entre Araguari e Tupaciguara, no Triângulo Mineiro.
Dez pessoas morreram no local e uma não resistiu aos ferimentos após ser levada ao Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia.
Segundo a polícia de Minas, nove das vítimas que morreram estavam presas às ferragens debaixo do ônibus tombado, enquanto outras foram ejetadas para fora do veículo com o impacto.
Oito vítimas já foram identificadas, cinco por digitais e três por reconhecimento de familiares.
Duas crianças da mesma família estão entre as vítimas: as irmãs Laura Costa de Negreiros, 6, e Lorena Costa de Negreiros, 2. Elas viajavam com a mãe, Luana Costa, e o irmão mais novo, um bebê de seis meses, que sobreviveram à tragédia.
Ambos permanecem internados no Hospital Universitário Sagrada Família, em Uberlândia. Segundo nota da Escola Cristã de Trindade, onde Luana trabalha como professora de educação infantil, ela passará por cirurgia nos próximos dias.
"Laura foi nossa aluna, o que torna essa perda ainda mais profunda e dolorosa para nós", lamentou a instituição.
A família é natural de Parnamirim, no Rio Grande do Norte, mas morava em Trindade, na região metropolitana de Goiânia, há mais de dois anos.
Segundo o Corpo de Bombeiros, 18 pessoas do total de 36 feridos foram levadas para atendimento médico, enquanto as demais apresentaram lesões leves e recusaram atendimento.
No hospital em Uberlândia, uma mulher grávida que se feriu no acidente precisou fazer um parto de emergência. Não há informação oficial sobre o estado de saúde dela e do recém-nascido.

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