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Operação no RJ termina com tiroteio dentro da Fiocruz e funcionária é ferida por estilhaços

Por Folha de São Paulo

08/01/2025 21h15 — em
Variedades



RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Uma operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro deixou ao menos uma pessoa morta e uma funcionária da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) ferida nesta quarta-feira (8), em Manguinhos, na zona norte da capital fluminense.

A ação terminou com tiroteio entre suspeitos e policiais dentro da fundação, e um projétil atingiu a janela do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), a fábrica de vacinas. Estilhaços do tiro atingiram a trabalhadora que precisou receber atendimento.

A Polícia Civil, por meio do DGPE (Departamento Geral de Polícia Especializada), informou inicialmente que quatro pessoas morreram na operação. Todas seriam suspeitas de envolvimento com o tráfico local.

No fim da tarde, a corporação explicou que um suspeito foi morto e outros três foram alvejados. Dois deles submergiram e, até a noite desta quarta, eram procurados por mergulhadores da polícia. O terceiro foi socorrido para um hospital da região.

De acordo com a Fiocruz, policiais civis entraram descaracterizados e sem autorização no campus. Um supervisor de uma empresa terceirizada que presta serviços de segurança foi levado algemado por policiais, segundo a fundação.

"Toda a ação da Polícia Civil ocorre de forma arbitrária, sem autorização ou comunicação com a instituição, colocando trabalhadores e alunos da Fiocruz em risco", disse a instituição, em nota.

Pela manhã, a Polícia Civil informou que um funcionário da Fiocruz foi preso em flagrante por suspeita de auxiliar na fuga de traficantes da comunidade. À tarde, a corporação disse que dois funcionários da fundação foram levados para a delegacia, mas ainda estava sendo apurado se eles ajudaram criminosos ou foram coagidos.

"Inicialmente, foi constatada uma situação flagrancial que está sendo analisada na delegacia. A investigação que se inicia a partir disso vai apontar se houve colaboração espontânea com o tráfico de drogas, uma vez que imagens mostram um veículo a serviço da instituição auxiliando na fuga de criminosos", informou a polícia.

Diretor do Departamento-Geral de Polícia Especializada, André Neves afirmou que tem imagens mostrando a presença de traficantes no polo da Fiocruz.

"Temos imagens de traficantes dentro da Fiocruz, então foi necessário que nossos agentes entrassem na instituição para evitar que houvesse um dano maior lá. São criminosos que roubam, agridem, assolam a população. Essa é mais uma resposta firme da Polícia Civil no combate a essa organização", afirmou o delegado.

Ainda segundo a Polícia Civil, as equipes policiais entraram na Fiocruz depois que suspeitos acessaram o campus. Segundo a corporação, o disparo de arma de fogo que atingiu ao menos um dos prédios da fundação partiu dos criminosos.

"Causa muita estranheza acusações maldosas contra os policiais, dado o histórico de ocorrências com traficantes que buscam abrigo em prédios públicos, incluindo escolas e unidades de saúde, bem como a própria Fiocruz, onde isso já havia ocorrido em situações anteriores", afirma o secretário de Polícia Civil, delegado Felipe Curi.

A ação nesta quarta faz parte da Operação Torniquete, de combate ao roubo e receptação de cargas, e foi comandada por agentes do Core (Coordenadoria de Recursos Especiais), da DRFC (Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas) e da 21ª DP (Bonsucesso).

Ao longo do dia, veículos blindados, os chamados caveirões, circularam dentro de Manguinhos, e moradores organizam um protesto. Pela manhã, a rua Leopoldo Bulhões, uma das principais vias da região, foi interditada temporariamente pela polícia, nos dois sentidos. Pessoas colocaram fogo em barricadas na via.

Nove linhas de ônibus municipais tiveram o itinerário desviado, segundo o Rio Ônibus, sindicato das empresas de ônibus do Rio. Um coletivo foi apedrejado durante protesto na região.

A Fiocruz é uma das instituições que precisaram instalar, anos atrás, janelas blindadas contra a violência. A fundação se instalou no local antes do crescimento das comunidades ao redor, como Manguinhos e Jacarezinho.


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