Papa Francisco foi uma bênção para nosso tempo, diz secretário-geral da CNBB
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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil) expressou nesta segunda-feira (21) pesar pela morte do papa Francisco e relembrou atitudes e escolhas do pontífice que, de acordo com a entidade, proporcionaram um encontro da Igreja com as feridas da humanidade.

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O secretário-geral da CNBB, dom Ricardo Hoepers, ressaltou o constante posicionamento de Jorge Mario Bergoglio contra as guerras e lembrou de gestos como as cerimônias de lava-pés, o acolhimento de imigrantes e a defesa de minorias citando especificamente as muçulmanas de Mianmar.
"O papa foi uma bênção para o nosso tempo", afirmou.
Hoepers afirmou que o papa, mesmo convalescido, demonstrava alegria ao falar sobre o Brasil. "Nos toca profundamente esse carinho. Ele olhou para o Brasil com uma expectativa. O Brasil é um modelo para que a Igreja se dinamize, se atualize cada vez mais", disse.
Perguntados acerca de um eventual posicionamento da CNBB sobre que características devem ter o novo papa, os representantes da entidade pediram preces para que seja alguém da linha do Evangelho e disseram que a condução do processo é feita pelo Espírito Santo.
"Nossa posição é que são 252 cardeais de 90 países. Olha que riqueza. Esta é a expressão do mundo dentro do cardinalato, dentro da Igreja. As mais diferentes realidades estão ali presentes representando [a Igreja]", disse Hoepers. "Penso que neste período de oração e discernimento e de deixar-se conduzir pelo Espírito Santos essas representações do cardinalato vão apresentar aquilo que o momento atual exige, que cremos que é o próprio Espírito Santo que conduz".
Ele afirmou ainda que, para o processo de sucessão, a gestão de Francisco foi importante também para ampliar a pluralidade na cúpula da Igreja. "Agradecemos muito a ele, porque tornou o colégio cardinalício muito expressivo, muito plural, e com certeza será um momento enriquecedor para a Igreja", afirmou.
O núncio Apostólico (equivalente a embaixador do Vaticano) no Brasil, dom Giambattista Diquattro, pediu que os fiéis rezem pelo sucessor.
"[Peço para] rezar para que o sucessor seja da linha do Evangelho, na linha da santidade da Igreja, e do Concílio Vaticano II [que teve como objetivo renovar e modernizar a Igreja, aproximando-a dos fiéis e do mundo moderno]", disse.
Em nota, a CNBB também afirmou que Francisco ensinou que a verdadeira grandeza da Igreja está em sua capacidade de encontro com as feridas da humanidade. "Em suas palavras, atitudes e escolhas, fomos conduzidos a um encontro mais autêntico com Cristo, especialmente presente nos pobres, nos migrantes, nos doentes e em todos os que sofrem".
A entidade o chamou de "peregrino da esperança, pastor humilde e corajoso, testemunha incansável da misericórdia de Deus, que conduziu a Igreja com sabedoria evangélica, compaixão e espírito missionário".
"Ele nos ensinou que a verdadeira grandeza da Igreja está em sua capacidade de encontro com as feridas da humanidade. Em suas palavras, atitudes e escolhas, fomos conduzidos a um encontro mais autêntico com Cristo, especialmente presente nos pobres, nos migrantes, nos doentes e em todos os que sofrem", afirmou a CNBB.

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