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Pilhas de lixo se acumulam pelo centro de São Paulo

Por Folha de São Paulo

29/01/2025 12h00 — em
Variedades


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SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Pedestres e pessoas em situação de vulnerabilidade dividem as ruas do centro de São Paulo com lixo acumulado e aparente descaso com a coleta local.

A reportagem do UOL circulou na manhã desta segunda-feira (27) por bairros do centro da capital. Foram visitados Liberdade, República, Santa Cecília, Sé e Bela Vista, de administração da subprefeitura da Sé. A equipe também passou por um trecho com entulhos acumulados no bairro da Barra Funda, administrado pela subprefeitura da Lapa.

Um dos pontos de maior concentração de lixo fica sob o viaduto do Glicério, no bairro da Liberdade. No local, restos de construção, pneus e sacolas fechadas de lixo dividiam espaço com pessoas desabrigadas.

No viaduto Diário Popular, ao lado do Mercadão de São Paulo, restos de comida se acumulam nas calçadas. Sacos de batata e tomates estragados ficavam ao lado de caixas de papelão, restos de verdura e sacolas.

Na rua Conselheiro Carrão, na Bela Vista, pombos se alimentavam de restos de comida. A situação era semelhante na rua Conselheiro Brotero, na Barra Funda, onde pedestres precisam dividir espaço com sacolas abertas e fechadas de lixo, e no viaduto Júlio Mesquita, um dos principais pontos de acesso da zona leste ao centro de São Paulo, onde sacolas também se acumulavam no canteiro central.

Na praça Marechal Deodoro, boa parte dos entulhos é formada por restos de móveis. Algumas pessoas em situação de rua utilizam os entulhos para fazer fogueiras para cozinhar e se esquentar.

A poucos metros dos entulhos, bairros nobres têm aparente normalidade. Para trafegar entre as áreas citadas na reportagem, a equipe também passou pelos bairros do Pacaembu e dos Jardins. Nos locais, áreas nobres e patrimônios tombados da capital, não havia acúmulo de lixo perceptível.

Coleta é diária, segundo tabelas da concessionária responsável pelo recolhimento de lixo na região. O UOL consultou o site da Loga e verificou o funcionamento da coleta para todos os endereços citados na reportagem. Todos têm coleta domiciliar à noite e coleta seletiva uma vez por semana, segundo o site.

No caso do Glicério, onde a reportagem registrou o maior acúmulo de lixo, a coleta aconteceria horas antes do flagrante. A tabela da Loga mostra que a coleta domiciliar acontece às 20h dos domingos e a coleta seletiva às 10h09 das segundas.

COLETA DIÁRIA NÃO É SUFICIENTE, DIZ MORADORA

Ao UOL, Eva Marisa Alves, fundadora da ONG Novo Glicério, explicou que é possível ver lixeiros recolhendo sacos deixados nas ruas todas as noites na região, mas que a coleta na área não é suficiente e muitas vezes os próprios moradores precisam pegar vassouras para ajudar com a sujeira da região. "O lixeiro passa toda noite, mas eles catam o que está dentro do saco. A coleta de varredura é muito pouca, não é frequente", explica.

Número de pessoas em situação de rua nas regiões aumenta descarte irregular, diz prefeitura. Em nota enviada ao UOL, a Secretaria Municipal das Subprefeituras afirmou que o serviço de varrição é feito três vezes ao dia na região central, com coleta de 600 toneladas de lixo diária resgatada pelas empresas de coleta. O órgão afirmou que a subprefeitura da Sé tem estudado "pontos viciados" para promover ações de combate ao descarte irregular de lixo.

Descarte irregular pode ser denunciado. Os números que podem ser utilizados para a denúncia de descarte irregular de lixo, que é considerado crime ambiental, são o 156 ou o 153 (Guarda Civil Metropolitana). Questionada, a prefeitura informou que não recebeu aumento nas denúncias de descarte irregular nos últimos meses.

A SPRegula informa que todos os pontos mencionados têm coletas em frequência diária, de segunda à sábado, no período noturno. Além disso, a concessionária Loga realiza coletas extras aos domingos, também à noite. Ressaltamos que a coleta abrange 100% das ruas da subprefeitura. "A região da subprefeitura da Sé sofre com um número considerável de moradores de ruas, o que ocasiona em descarte irregular fora da frequência de coleta", diz a Prefeitura de São Paulo, em nota.


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