PM que jogou homem de ponte em SP vira réu por homicídio
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SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - A Justiça de São Paulo aceitou a denúncia do Ministério Público e tornou réu o policial militar que foi filmado jogando um jovem de uma ponte na zona sul da capital paulista.

O fim da exigência do diploma de jornalista produziu a bagunça atual
Luan Felipe Alves Pereira passou a responder por tentativa de homicídio qualificado. A decisão da juíza Juliana Dias Almeida de Filippo, é de janeiro, mas se tornou pública esta semana. A magistrada entendeu que há indícios de autoria e prova da materialidade do crime.
Juíza destacou que a vítima não pode se defender. Isso se deve à ''maneira inusitada de arremesso de cima de uma ponte'' e à presença de outros policiais, que não permitiriam qualquer reação, explicou.
O soldado Luan responde o processo em liberdade. Ele ficou preso entre 5 dezembro de 2024 e 10 abril deste ano, mas o Tribunal de Justiça acatou o pedido de habeas corpus e concedeu liberdade ao militar, que continua sob medidas cautelares. Denunciado também está afastado da função pública.
Defesa argumentou que prisão era ''injusta''. O advogado Wanderley Alves falou que a ''injustiça citada é porque a prisão preventiva, que é exceção, foi decretada indevidamente''. "Não podemos transformá-la em antecipação de pena", acrescentou.
O caso aconteceu na noite do dia 1º de dezembro e foi registrado por uma testemunha. O jovem arremessado de ponte, Marcelo Amaral, não teve ferimentos graves. Ele passou a ser perseguido por PMs da Rocam após fugir de uma abordagem quando conduzia uma moto sem placa em Diadema, na Grande São Paulo.
Ele foi interceptado pela PM em Cidade Ademar, na zona sul de São Paulo, após perseguição de dois quilômetros. De acordo com o registro policial, os agentes não encontraram nada ilícito durante a abordagem, pouco antes de o jovem ter sido arremessado da ponte.
À época, a Polícia Militar disse que garrafas, pedras e pedaços de madeira foram arremessados na direção dos agentes durante a perseguição. Nenhum se feriu na ocasião.
Militares envolvidos na ocorrência pertencem ao 24° Batalhão da PM, localizado na cidade de Diadema, na Grande SP. "A instituição repudia veementemente a conduta ilegal. A Polícia Militar reitera seu compromisso com a legalidade e não tolera desvios de conduta", disse nota enviada ao UOL na ocasião.
Registro só foi feito em base da força tática da PM. No documento, os policiais militares que participaram da ocorrência disseram que o local era de risco por ser reduto histórico de bailes funk. Luan omitiu no registro policial que o jovem foi jogado da ponte.
Em dezembro, a vítima disse ao Fantástico (TV Globo) que "quase morreu na mão de um policial que estava desequilibrado". Em depoimento, Marcelo relatou que, após ser alcançado pelos agentes em uma perseguição, foi agredido por Luan com golpes de cassetete na cabeça e nas costas. Depois, ele foi conduzido até a ponte, de onde foi jogado.

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