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Polícia abre inquérito contra professor da USP acusado de assediar alunas

Por Folha de São Paulo

16/03/2025 13h15 — em
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Polícia Civil abriu na última sexta (14) um inquérito para investigar José Maurício Rosolen, professor da USP (Universidade de São Paulo) suspeito de assediar sexual e moralmente alunas em Ribeirão Preto, no interior do estado.

Segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública), a investigação ocorre na Delegacia de Defesa da Mulher da cidade, que realiza diligências visando o esclarecimento dos fatos. "Mais detalhes serão preservados para garantir a autonomia do trabalho policial", segue a pasta.

A reportagem tenta contato com Rosolen desde o dia 9 de março, mas ele não responde às tentativas, por mensagem e email.

O docente, que trabalha no departamento de química da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão, é alvo de um processo administrativo instaurado pela USP no início deste mês.

Rosolen já era alvo de averiguação preliminar desde setembro de 2024. Os encarregados da investigação concluíram haver indícios de crime. Por isso, "foi instaurado processo administrativo disciplinar em desfavor do docente. Para preservar os envolvidos e para que o processo ocorra sem influências das partes, ele foi afastado de suas atividades na Faculdade pelo prazo de 180 dias", diz a faculdade em nota.

A instituição ainda disse repudiar qualquer forma de assédio, discriminação ou conduta inadequada e ser compromissada com um ambiente acadêmico ético e respeitoso.

O regimento interno da USP diz que o processo administrativo, conduzido pela Procuradoria Geral, tem prazo de 90 dias para ser concluído. Ele começa com uma fase de instrução, na qual são ouvidas as denunciantes, depois são examinadas as provas da acusação e, por fim, analisada a defesa apresentada pelo docente.

Segundo as denúncias colhidas no inquérito preliminar, ele se aproximava de mulheres para as quais dava aulas e tentava estabelecer alguma conexão amorosa com elas, oferecendo viagens e passeios. Isso aumentava, disseram as denunciantes, para toques em suas partes íntimas e tentativas de beijos forçados.

Caso não houvesse reciprocidade, o docente faria ameaças de cortes de bolsas de estudo para as pós-graduandas, por exemplo. A USP recebeu uma lista com mais de dez pessoas que teriam sido assediadas. As ocorrências teriam sido registradas a partir de 2020. Rosolen é professor da USP há quase 30 anos.

Ainda conforme as denúncias, a comunidade acadêmica sempre teve conhecimento do comportamento do professor, e estudantes, principalmente as calouras, eram instruídas a não ficarem sozinhas com ele.

O processo administrativo instaurado contra Rosolen é o segundo contra um docente da USP, por assédio sexual e moral, somente neste ano. Alysson Mascaro, professor da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, na capital paulista, também enfrenta investigação e nega todas as acusações.

Mascaro não é investigado pela polícia.


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