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Polícia prende 20 suspeitos de integrar facção que usava clube de tiro para obter armas no RS

Por Folha de São Paulo

05/12/2024 17h30 — em
Variedades



PORTO ALEGRE, RS (FOLHAPRESS) - A Polícia Civil do Rio Grande do Sul prendeu, nesta quinta-feira (5), 20 pessoas em uma operação contra uma facção suspeita de dominar a distribuição de drogas no estado.

A suspeita é que os criminosos utilizavam um clube de tiro em Novo Hamburgo, na região metropolitana de Porto Alegre, para adquirir armas de fogo.

Operação contra facção envolveu cerca de 200 policiais em nove cidades @pcrs no Instagram A imagem mostra três agentes da Polícia Civil em uma conversa. Cerca de 200 agentes de segurança, coordenados pelo Denarc (Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico), cumpriram 94 ordens judiciais em nove cidades, incluindo 24 mandados de prisão e 47 de busca e apreensão.

A investigação aponta que o grupo movimentava cerca de uma tonelada de drogas por mês, principalmente cocaína e crack. A polícia calcula que a receita média por mês era próxima a R$ 25 milhões, movimentados por meio de empresas de fachada e esquemas de lavagem de dinheiro.

A investigação também aponta que a quadrilha negociava armas com o apoio de um clube de tiro que facilitava as aquisições ilegais.

Um dos alvos da operação é Tiago Benhur Flores Pereira, apontado como liderança da facção Os Manos, uma das maiores do Rio Grande do Sul. Ele ainda não foi encontrado. A reportagem não localizou sua defesa.

Benhur, como é conhecido, acumula 176 anos de condenação por diversos crimes, entre eles a coordenação de um plano de fuga em massa no antigo Presídio Central de Porto Alegre, em 2017.

Segundo a polícia, ele foi o responsável por financiar a construção de um túnel que ligaria o subsolo do presídio à área externa, permitindo a fuga de mais de mil presos. A obra teria custado aproximadamente R$ 1 milhão, mas o plano foi descoberto antes de sua conclusão.

Benhur cumpria pena na Pasc (Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas) mas está foragido desde julho, quando rompeu a tornozeleira eletrônica de monitoramento poucos dias após ser atutorizado a cumprir prisão domiciliar para realizar um procedimento médico.

A operação também determinou o sequestro de bens e o bloqueio de contas bancárias dos investigados. Ordens de busca e prisão foram cumpridas em Novo Hamburgo, Porto Alegre, Esteio, Sapucaia do Sul, Viamão, Parobé, Canoas, São Sebastião do Caí e Sapiranga.

Segundo a investigação, Benhur e o alto escalão da facção tinha conexões com grupos criminosos de outros estados e de fora do Brasil, e controlava o fornecimento de drogas, que eram distribuídas por meio de um consórcio de traficantes. Esse esquema incluía um sistema próprio de gerenciamento financeiro.

Além disso, o grupo contava com operadores para revender as drogas aos usuários e com um núcleo de apoio responsável pela falsificação de documentos e pela lavagem de dinheiro.

As investigações começaram em julho de 2023, quando a polícia encontrou um bunker ligado à quadrilha em uma casa no bairro Lomba Grande, em Novo Hamburgo. Na ocasião, foram apreendidos drogas, armamentos, munições, cerca de R$ 46 mil em espécie e cadernos de anotações relacionados ao tráfico.

Em junho deste ano, os policiais localizaram outro depósito, onde recolheram mais armas, materiais para preparação de drogas, três quilos de cocaína e R$ 26 mil.

Há indícios de que as drogas eram trazidas ao Brasil por aviões que pousavam em propriedades rurais na fronteira oeste do Rio Grande do Sul, de onde eram distribuídas para outras regiões.


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