Representantes de bares e restaurantes e de hotéis cobram indenizações da Enel por apagão
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Prefeitura de São Paulo e a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) entraram na Justiça contra a Enel nesta terça-feira (15).
O governo de Ricardo Nunes (MDB) pede que o fornecimento de energia seja restabelecido imediatamente para todos os consumidores ainda às escuras. A multa diária solicitada é de R$ 200 mil em caso de descumprimento.
Já o braço da Abrasel em São Paulo exige que a Enel pague indenização de R$ 20 mil para cada restaurante, bar ou similar afetados pelo apagão da sexta-feira (11).
Outra entidade cobrou a concessionária nesta terça. A Fhoresp (Federação de Hoteis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo) enviou uma notificação extrajudicial exigindo o restabelecimento da energia, de forma urgente, em estabelecimentos da capital e da região metropolitana.
A federação também exige ressarcimento aos empresários do setor prejudicados pelo blecaute, passando por dias de inoperância e, consequentemente, de não faturamento, perdendo mercarias e tendo equipamentos queimados.
Caso a resposta da Enel seja insatisfatória, a Fhoresp deve iniciar uma ação judicial.
O apagão na região metropolitana de São Paulo, no 4º dia, já causou prejuízos de ao menos R$ 1,65 bilhão aos setores do varejo e de serviços, segundo cálculos da Fecomércio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo).
Levantamento da entidade mostra que só o varejo paulistano teve prejuízos de ao menos R$ 536 milhões nos dias em que parte do setor ficou sem funcionar. No caso dos serviços, as perdas somaram R$ 1,1 bilhão.
"Esses dados foram compilados levando em conta que, aos fins de semana, o comércio de São Paulo tende a faturar, em média, R$ 1,1 bilhão por dia, enquanto os serviços têm receitas de R$ 2,3 bilhões", afirmou o órgão.
A Fecomércio diz ser inaceitável que São Paulo sofra com constantes apagões.
Cerca de 158 mil imóveis continuavam sem luz até a tarde desta terça-feira (15), segundo balanço divulgado pela Enel por volta das 17h30. Na noite de segunda-feira (14), 340 mil unidades estavam nessa situação, passando para 214 mil na manhã desta terça.
Segundo a concessionária, o serviço foi normalizado para pouco mais de 1,8 milhão de clientes e as equipes em campo receberam reforços do Rio de Janeiro e do Ceará, além de técnicos de outras distribuidoras.
Nesta terça, o governador paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos), defendeu a extinção da concessão da Enel. "Eu defendo é a abertura do processo de caducidade. Ou seja, um processo de extinção do contrato, que está previsto na lei por reiterados descumprimentos contratuais, teria que ser aberto. A empresa, com o processo de caducidade na cabeça, ela começa a trabalhar", disse.
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