Roubo de anéis e alianças em São Paulo têm alta de 34% em 2025
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Os roubos de anéis e alianças na cidade de São Paulo tiveram alta em fevereiro deste ano na comparação com o mesmo mês do ano passado, assim como em janeiro e no acumulado do primeiro bimestre.
Nos dois primeiros meses de 2025, foram, ao todo, 1.043 ocorrências de roubo registradas na capital paulista. Os dados indicam 34,2% de alta em relação às 777 denúncias feitas no mesmo período de 2024. A comparação isolada de fevereiro mostra 42,7% de alta, com 535 registros neste ano, ante 375 em 2024.
Joias foram alvo de criminosos em diferentes casos de violência na capital nos últimos meses, como o que terminou com a morte do agente da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) José Domingos da Silva, 48, baleado em março, na Vila Sônia. Outro episódio foi o de uma médica de 67 anos que teve um dedo mordido por um assaltante que levou sua aliança em fevereiro, no bairro Continental.
Os números foram disponibilizados pela Secretaria da Segurança Pública estadual à reportagem. Foram contados registros do primeiro bimestre de 2025 que tivessem a informação de "anel" e "aliança" e eliminadas as duplicatas de boletins, segundo a pasta.
Cada ocorrência é contada uma vez, mas pode ter vários objetos roubados. Foram os casos ocorridos em duas lojas no primeiro bimestre, uma no Tatuapé, que registrou o roubo de cem alianças, e outra, no Campo Limpo, que denunciou a subtração de 42 anéis.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública disse que as forças policiais atuam de forma permanente no combate a crimes contra o patrimônio, que incluem os roubos e furtos de joias e objetos de valor e também contra a receptação.
"A 4ª Delegacia de Investigações sobre Crimes contra o Patrimônio, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), tem se dedicado ao enfrentamento dessas ocorrências, o que resultou, nos últimos três anos, no indiciamento de 400 pessoas, sendo 160 delas presas em flagrante. Além disso, a unidade solicitou 315 pedidos de prisão preventiva e 190 de prisão temporária, com o objetivo de desarticular organizações criminosas envolvidas nessas práticas."
A pasta também diz que identificou e prendeu 36 receptadores. "Em ação recente, realizada entre os dias 1º e 15 deste mês, o departamento prendeu dois homens e apreendeu um adolescente, integrantes de um grupo responsável por dez roubos de joias, alianças e celulares nas regiões da Vila Mariana, Vila Mascote, Vila Santa Catarina e Jabaquara, na zona sul da capital."
O ouro está em alta, ao menos no mercado financeiro. O preço do metal chegou a US$ 3.500 (R$ 20,3 mil) por onça (31,1 gramas) na quarta-feira (23) em meio à tensão nos Estados Unidos entre o presidente Donald Trump e o chefe do Federal Reserve (Fed), o Banco Central americano.
Mas a alta no mercado oficial chega ao varejo e ao comércio ilegal? Lojistas da capital paulista consultados pela Folha afirmam que os preços oficiais do metal funcionam como referência genérica, mas o valor final é decidido após a avaliação e a negociação das peças. De acordo com o Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM), também interferem no preço o teor do ouro (18 quilates, 14 quilates, dez), a presença de outros materiais, como diamantes, e o design, por exemplo.
Já as transações clandestinas, segundo lojistas, podem depender ainda menos do que é cobrado oficialmente, pois as redes de receptação teriam seus próprios esquemas para avaliar, por exemplo, produtos de roubo.
Questionada, a SSP não respondeu se uma eventual alta no preço do ouro poderia estar atraindo a atenção de criminosos.

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