Tarcísio se reúne com coronéis da PM para falar de câmeras corporais
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), está reunido na manhã desta terça-feira (10) com coronéis da PM, na sede do Copom, região central de SP. O encontro se dá em meio à crise na gestão da segurança pública do estado, deflagrada por casos de violência policial.
Conforme a Folha de S.Paulo apurou, o governador e o secretário da Segurança, Guilherme Derrite, tratam do uso das câmeras corporais pela tropa. O governo paulista enfrenta pressão do STF (Supremo Tribunal Federal) para manter o modelo anterior, que grava ininterruptamente, enquanto o novo modelo licitado pelo governo depende de acionamento. Tarcísio de Freitas afirma que modelo novo é mais eficiente.
O caso se somou a outros, também flagrados em vídeos, e lançou questionamentos sobre a manutenção de Derrite no comando da Secretaria da Segurança Pública de SP.
O governador confirmou que o secretário segue no cargo, mas mudou o tom em relação aos crimes cometidos por policiais. Policiais ouvidos pela reportagem afirmam que o sentimento é de que pela primeira vez desde que assumiu o cargo Derrite corre risco de queda.
Até porque a troca do comando da PM, como também se cogita, seria insuficiente para afastar o noticiário negativo que draga o governo como um todo.
Tarcísio indicou na semana passada que fará um freio de arrumação na gestão da PM. Antes, a gestão fez acenos na direção de defender policiais acusados de excessos durante abordagens. Durante evento após a deflagração da crise, o governador chegou a dizer que errou a questionar o uso de câmeras corporais.
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"Eu admito, estava errado. Eu me enganei, e não tem nenhum problema eu chegar aqui e dizer para vocês que eu me enganei, que eu estava errado, que tinha uma visão equivocada sobre a importância das câmeras [corporais]", disse o governador na sexta-feira (5). "Eu era uma pessoa que estava completamente errada nessa questão. Eu tinha uma visão equivocada."
No início deste ano, foi feita uma série de trocas na cúpula da PM. As mudanças incluíram a exoneração do então número 2 da corporação, o coronel José Alexander de Albuquerque Freixo. Ao todo, foram movimentados 34 coronéis, de um total de 63, que atinge todos os setores da PM.
A medida revoltou grande parte dos oficiais superiores da corporação. Isso porque a maioria dos coronéis ficou sabendo das trocas pelo Diário Oficial, um gesto considerado desrespeitoso para pessoas que dedicaram décadas a corporação e foram tratados como recrutas.
A nova configuração da PM apontou para um possível recrudescimento na política de segurança do estado. Com as mudanças, os cargos mais importantes da instituição passaram a ser ocupados exclusivamente por coronéis com experiência na Rota.
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