Temporal no RS deixa 1 morto, afeta 60 cidades e alaga rodoviária de Porto Alegre
PORTO ALEGRE, RS (FOLHAPRESS) - Um temporal que atingiu o Rio Grande do Sul na noite deste domingo (1) deixou um morto e causou transtornos em ao menos 60 cidades, de acordo com a Defesa Civil do estado.
Mais de 440 mil pessoas ficaram sem luz após o avanço de uma frente fria que trouxe raios, ventos fortes e chuvas ao estado.
Em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre, um homem de 23 anos morreu eletrocutado. Ele passava de motocicleta em uma via no bairro Mathias Velho quando se enroscou em uma fiação elétrica energizada que se soltou durante o temporal.
Os ventos chegaram a 80 km/h e causaram oscilações e quedas de luz na região metropolitana, que registrou pontos de alagamento na noite de domingo e madrugada de segunda-feira, especialmente em áreas atingidas pela enchente em maio.
A estação rodoviária de Porto Alegre foi parcialmente interditada no fim da noite depois que a chuva inundou o pavimento inferior. A água escoou durante a madrugada, mas o espaço só foi liberado pela manhã após limpeza do calçamento e de lojas atingidas.
Trechos de asfalto da avenida Cristóvão Colombo, no bairro Floresta, ficaram submersos e impediram a passagem de carros. De acordo com a EPTC (Empresa Pública de Transporte e Circulação), os pontos de alagamento foram liberados, mas três ruas tiveram o trânsito totalmente interrompido devido à queda de árvores.
A água encobriu os paralelepípedos na travessa dos Venezianos, reduto de vida noturna no bairro Cidade Baixa, e deixou frequentadores de bares ilhados. Em maio, a enchente alcançou mais de 1 metro no local.
Boletins meteorológicos da Redemet (Rede de Meteorologia do Comando da Aeronáutica) apontaram que, entre meia-noite e 1h02 de segunda-feira, a temperatura no aeroporto Salgado Filho chegou a 33°C, com pressão atmosférica de 999 hPa, considerada baixa. Esses fatores são indicativos de risco de temporais. Na manhã de segunda-feira, a chuva diminuiu, e o sol voltou à capital.
Em Arroio do Tigre, o teto de um pavilhão desabou com o vento durante uma festa comunitária. Ao menos 50 pessoas ficaram feridas, todas em estado estável e sem risco de morte. Uma das vítimas foi transferida para um hospital em Canoas devido a uma fratura na pélvis.
Entretanto, segundo informado pelo município à Defesa Civil estadual, o hospital opera com geradores que não têm capacidade para alimentar os equipamentos de imagem. Canoas ainda se recupera dos prejuízos causados pelas enchentes de maio, que afetaram as principais unidades de saúde.
Todas as regiões do Rio Grande do Sul registraram destelhamentos, quedas de árvore e falta de luz. Ao menos 160 casas foram destelhadas de acordo com o levantamento fornecido pelas defesas civis municipais. Como muitos municípios ainda estão levantando danos, o número deve aumentar.
O instituto de meteorologia MetSul informou que o estado contabilizou cerca de 234 mil raios em um período de 24 horas, entre as 9h de domingo e segunda-feira.
No norte do estado, o vento destelhou cerca de 50 residências e derrubou árvores em Carazinho. A queda de árvores obstruiu um trecho da BR-386 em São José do Herval, e a concessionária da rodovia trabalha na desobstrução.
Em Tapejara, 10 casas foram danificadas e quatro pessoas ficaram desalojadas, se abrigando em casas de parentes. Casas e estufas de cultivo de tabaco foram danificadas em Canguçu, e um pavilhão foi destelhado em Osório, no litoral norte, sem registro de feridos.
Em Uruguaiana, na fronteira oeste, foram registrados vendavais e 70 mm de chuva. Em Camaquã, na região sul, foram 61 mm. O governo do Uruguai decretou alerta para risco de tempestades nas províncias de Artigas e Rivera, que fazem fronteira com o Rio Grande do Sul.
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