Unifesp já gastou R$ 600 mil para manter livros fora de biblioteca em reforma há seis anos
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Sem dinheiro para continuar com a reforma da sua biblioteca, a Escola Paulista de Medicina, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), já gastou R$ 607,3 mil para manter seu acervo fora dela.

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Conforme a diretoria do campus, o custo mensal para armazenamento dos livros é de R$ 35.615, com início do contrato em 18 de março de 2024.
Já o valor para segurança da construção é de R$ 36.088. Foram contratados dois postos de vigilância diurnos e dois noturnos, com início em 1º de janeiro deste ano.
A biblioteca da Escola Paulista de Medicina está fechada há seis anos. Enquanto isso, alunos estudam em espaços improvisados e dizem ter dificuldade para acessar o acervo. Oficialmente, o prédio está em obras desde 2019. Está previsto que ele se torne um centro cultural para pesquisa e produção de conhecimento em saúde. Porém, a construção está abandonada.
Desde o início da reforma, foram derrubadas somente algumas paredes e guardados materiais. Hoje, o imóvel na Vila Mariana, zona sul da capital paulista tem seu exterior tomado por vegetação e sujeira. A parte interna tem paredes mofadas e descascadas, além de muita poeira.
Segundo a Unifesp, a obra é realizada por sua fundação de apoio, com recursos captados via Lei Rouanet. Os trabalhos foram orçados em R$ 17,3 milhões. A instituição afirma que, até agosto de 2023, foram captados quase R$ 10 milhões via incentivos fiscais, representando 57% do total aprovado. Ou seja, montante insuficiente para completar a reforma.
O Ministério da Cultura analisa a prestação de contas do projeto.
O prazo para uso do montante arrecadado por meio da Lei Rouanet terminou em 31 de dezembro do ano passado, segundo o governo. A fundação da instituição apresentou uma prestação de contas no último dia 9 de fevereiro. Foram anexadas notas fiscais sobre gastos no projeto e detalhada a evolução da obra.
A pasta do governo Lula (PT) afirma que analisa a documentação para definir se os valores foram corretamente aplicados e se o objetivo do projeto foi cumprido.
Nesses seis meses que o ministério tem para responder, a quantia não pode ser movimentada. Enquanto isso, fundação de apoio está finalizando um relatório técnico com as ações necessárias para a continuidade e término da obra. É cogitado um pedido de ajuda financeira ao MEC (Ministério da Educação).
A biblioteca da Escola Paulista de Medicina, iniciada em 1936, conta com 33 mil títulos entre livros, teses e dissertações, e uma coleção de periódicos de saúde, com 6.000 títulos e 800 mil fascículos. O conjunto representa o maior acervo na área de saúde no país e na América Latina.

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