SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O vereador João Naves (PSD) foi preso nesta terça-feira (10) sob suspeita de ter cometido injúria racial contra o colega, também vereador, Bruno Marino (Podemos), na Câmara Municipal de Carapicuíba, na região metropolitana de São Paulo. João Naves o teria chamado de preto safado durante uma discussão.

A polícia foi chamada e o vereador foi preso em flagrante. A assessoria disse que ele irá se pronunciar sobre o caso posteriormente.

Durante a sessão da Câmara, Marino usou o microfone da Mesa Diretora, onde ocupa o cargo de 3º secretário, para fazer a denúncia.

"Gostaria que constasse em ata que, embaixo, na sala de reuniões, acabei de ter uma discussão com o vereador João Naves, o qual acabou de me chamar de preto safado, na presença de, salvo engano, seis ou sete vereadores. Então, gostaria que isso constasse em ata. Acabei de dar voz de prisão para o mesmo, que se encontra escondido em algum gabinete de algum colega. E a segunda questão de ordem é pedir autorização para sair, porque vou à delegacia formular um boletim de ocorrência", afirmou.

Depois, nas redes sociais, ele voltou a falar sobre o tema.

"Infelizmente, uma discussão parlamentar se tornou caso de polícia. Tive grande problema com o vereador Dr. João Naves, o qual me ofendeu diversas vezes e, por fim, acabou fazendo uma injúria racial contra a minha pessoa, onde afirmou por duas vezes que eu era um preto safado. Isso eu não vou admitir, e ninguém pode admitir nenhum crime racial, ainda mais na casa de leis", disse o vereador.

A SSP (Secretaria da Segurança Pública) do estado confirmou a prisão.

"Um vereador de 67 anos foi preso em flagrante por injúria racial na manhã desta terça-feira (10), na Travessa Virgínio Pasine, na Vila Creti, em Carapicuíba. Ele, a vítima, outro vereador de 29 anos, e testemunhas foram conduzidos ao 1º Distrito Policial da cidade, onde prestaram depoimento. O indiciado permaneceu detido à disposição da Justiça", afirmou a pasta da segurança.

No Instagram, João Naves se define como médico, esposo, pai e avô. Não há publicação sobre o episódio.

A assessoria dele afirmou à reportagem que ele irá se manifestar sobre todos os fatos.

O Tribunal de Justiça afirmou que o vereador passou por audiência de custódia nesta quarta (11) e teve a prisão em flagrante convertida em preventiva.

A Câmara de Carapicuíba afirmou que a suposta injúria racial ocorreu fora do plenário, em andar inferior.

"A Câmara, porém, acrescenta que os fatos ainda estão sendo apurados, e que a Casa aguarda um parecer da Justiça sobre os procedimentos a serem adotados com relação ao ocorrido. Esclarece também que jamais compactuaria com manifestações de teor racista e/ou preconceituoso contra qualquer indivíduo, seja ele detentor de um mandato parlamentar ou não", afirmou em nota.