Soul é a lição que precisamos para a vida toda; leia a crítica
'Soul – uma jornada além do que se vê' foi a grande aposta da Disney/Pixar de 2020 e acertou em cheio corações e mentes. Não dá para ser diferente: apesar de ter sido vendido como espiritualista, na realidade a animação é muito mais do que esperávamos. É a verdadeira lição de vida de uma vida, especialmente em tempos de pandemia.
Joe Gardner é um frustrado professor de música, mas que sonha em ser um astro do jazz. Pianista, o músico tem toda uma vida à procura de sua chance de tocar em um grande grupo e, quando finalmente consegue, ele cai em um bueiro e morre. E é então que a vida realmente começa em Soul.
Desesperado para voltar ao nosso plano, ele corre contra o Grande Além e acaba chegando ao Grande Antes, um lugar em que as almas são preparadas. Mentores – que fizeram história em vida – ajudam no pré-vida para formar personalidades das futuras pessoas, auxiliando a encontrarem seu propósito.
Quando fica responsável pela Alma 22, que simplesmente se recusa a ir para a Terra, Joe percebe não ter feito nada de interessante na vida por esperar somente A oportunidade de realizar o que ele considera sua missão.
E nada é tão emocionante quanto a própria história. Ainda que tenhamos tido diversos teasers, trailers e imagens, nada disso mostra o que realmente acontece – como infelizmente ocorreu com Mulher-Maravilha 1984. Há tantas reviravoltas fantásticas que é impossível não se apaixonar e esperar pela próxima cena.
A resiliência de 22 em não ter uma vida joga na cara de todes que, quanto mais em nossa zona de conforto, menos aventuras teremos. A alma conclui que não há um propósito ou uma missão a se empolgar o suficiente para sair da caixinha dela, não importa quão rotineira seja.
Enquanto Joe se desespera para voltar e, finalmente, a começar seu sonho, ele perpassa tudo que houve em seu tempo vivo e não vê nada de agradável. E quantas vezes não é esta a nossa própria visão? Quantas vezes achamos estar ‘vendo a vida passar’ e nada fazermos de importante?
A resposta está no próprio filme: “Não tem que ter propósito. De onde tirou essa ideia? Missão não tem nada a ver com propósito”.
O filme todo é de uma beleza impecável. A mistura de cores, sons, das animações em 2D e 3D, as linhas muito bem pensadas, inclusive com contrastes de um casamento perfeito, já nos dá um padrão do que há por vir. E não decepciona nunca.
Mais que um visual deslumbrante, imponente, poderoso e de uma estética perfeita, Soul nos fala da verdadeira pergunta sobre a Vida, o Universo e Tudo o Mais. E a resposta não é 42.
Vá e faça valer a pena!
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Átila Simonsen
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