Possível inspiração de desaparecido do Acre, livro dispara entre os mais vendidos
RIO - Os manuscritos com textos criptografados deixados em casa pelo jovem acreano Bruno Borges, que está desaparecido desde o dia 27 de março, intrigou e mobilizou pesquisadores do país inteiro. Amadores e profissionais buscam decifrar o material. A nova teoria surgida na internet na última quinta-feira é que um conhecido livro infanto-juvenil dos anos 1970 com personagens da Disney, o "O Manual do Escoteiro Mirim", teria inspirado o ainda desconhecido alfabeto inscritos pelo rapaz nas paredes do seu quarto. Assim que a notícia se espalhou, o livro, que havia sido relançado ano passado numa edição nostálgica, foi catapultado para a primeira posição dos infanto-juvenis mais vendidos da Amazon. Na lista do mês passado, ele não se encontrava sequer entre os dez primeiros.
Tudo começou quando internautas passaram a levantar associações com o "Código Secreto Marciano", publicado na página 70 do livro, e que dá dicas de como conversar secretamente com os seus amigos. O paralelo entre uma publicação tão singela, com personagens infantis, e um fato bizarro e macabro do noticiário nacional aumentou ainda mais o fascínio público em torno da história.
Lançado originalmente pela editora Abril em 1971, "O Manual do Escoteiro Mirim" é inspirado no manual usado por Huguinho, Zezinho e Luisinho nas histórias da Disney. Descriptografia não é exatamente o assunto principal da publicação, que em compensação dá muitas dicas para acampamentos, identificações de estrelas e trabalhos manuais.
Entenda o caso
Bruno desapareceu, sem deixar rastros, no último dia 27. Em seu quarto foram encontrados os 14 livros escritos a mão e criptografados, além de uma estátua do teólogo italiano Giordano Bruno (1548-1600), avaliada em R$ 7 mil. A Polícia Civil do Acre está investigando o caso.
O que a polícia sabe até agora
A Polícia Civil do Acre acredita que Bruno saiu de casa voluntariamente, e deve voltar em breve. De acordo com o delegado geral do estado, Carlos Flávio Portela, o jovem levou com ele um celular, um HD e algumas peças de roupas. O celular não está sendo utilizado.
O delegado afirma que dois amigos de Bruno revelaram que ele já havia manifestado a intenção de se isolar durante algum tempo, mas sem revelar onde. Além disso, algumas das mensagens deixadas por ele, que a polícia está tentando decifrar, demonstrariam a mesma intenção.
— Não há nenhum indício de crime. Aparentemente, ele planejou. Acreditamos que, em breve, devemos ter uma notícia positiva — garante Carlos, ressaltando que nenhuma possibilidade é descartada.
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