Advogado preso fazia fortuna vendendo informações a narcotraficantes em Manaus
Manaus/AM - O advogado Euler Carneiro e um funcionário da AFEAM, foram presos suspeitos de venderem informações sigilosas para vários narcotraficantes no Amazonas. Conforme a polícia, para obterem tais informações, a dupla usava senhas que lhes davam acesso privilegiado a processos e operações policiais altamente confidenciais.
O delegado Rafael Alemand, explicou como o grupo atuava: “Eles acessavam de forma clandestina esses processos, pegavam informações que estavam com sigilo judicial, identificavam os alvos dessas operações, entravam em contato com esses alvos e depois passavam todo o andar dessas investigações, e lógico, em troca de uma contra prestação (dinheiro)”, afirmou.
Alemand revela ainda que de apenas um criminoso, eles receberam a quantia de R$ 40 mil, por uma informação. O delegado chama a atenção para o fato do advogado firmar até contrato registrado oficialmente com esses alvos.
“Somente o contrato assinado pelo narcotraficante Thiago Mineiro é de R$ 40 mil”, destacou o delegado.
Com senhas, os presos estavam acessando operações não só do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), como outros departamentos como Departamento de Narcóticos (Denarc) e até também Secretaria de Inteligência.
O esquema funcionou por mais de um ano para os acusados e os criminosos e a polícia ainda não conseguiu precisar quanto eles faturaram ao todo nesse período. Mas sabe-se que o valores são bem altos.
A organização criminosa seria chefiada por Euler, mas polícia chegou a dupla por conta dos acessos feitos pelo estagiário. A polícia investigava o caso de Mineiro quando desconfiou que ele estava recebendo informações que só constavam no processo e iniciaram as investigações. Alguns meses depois, eles chegaram ao estagiário:
“Ele era estagiário da AFEAM e recebeu uma senha, um perfil pra acessar os processos da AFEAM, só que esse perfil, foi dado um “plus nessa senha que ele teve acesso a outros processos sigilosos. Ele foi estagiar no escritório do advogado e lá com esse tipo de conhecimento o advogado começou a acessar esses processos sigilosos e angariar essas informações”, explica Rafael.
A polícia acredita que muitos criminosos, além de Tiago Mineiro, podem ter se beneficiado com o esquema.
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