Sobe para 9 agentes penitenciários envolvidos em esquema para levar celulares a detentos na UPP
Um esquema para entregar aparelhos celulares para internos da Unidade Prisional do Puraquequara (UPP) envolvendo 9 agentes penitênciários e 1 ex-agente foi desmontado na manhã deste sábado (2) pela Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) e a Polícia Militar (PM).
Tudo aconteceu quando um agente de socialização da empresa Umanizzare Gestão Prisional, Alex William Alves Monteiro, foi flagrado tentando entrar na unidade com 11 celulares e R$300 em espécie. Outros 2 agentes também são acusados de entrar na unidade com materiais ilícitos e outros 6 de facilitar a ação.
Na casa do ex-funcionário, a Ronda Ostensiva Cândido Mariano (Rocam) encontrou uma arma de fogo pistola calibre 38. Depois de ouvidos pela Seap, os acusados foram encaminhados ao 19º Distrito Integrado de Polícia (19º DIP) para os procedimentos de flagrante.
Flagrante
De acordo com a Seap, o agente teria entrado na unidade por volta de 6h, passado pelo procedimento de revista e, depois, ido à sala do serviço social, na área da relatoria, onde teria aberto a janela da sala e colocado os celulares. Ao voltar para pegar os aparelhos, foi flagrado pelo supervisor do turno da noite.
Alex teria ameaçado o supervisor, dizendo que se ele o entregasse sofreria consequências. O agente foi impedido de sair da sala do social por outros funcionários da empresa, que acionaram a equipe da Seap de plantão na unidade. O mesmo confessou que sairia da sala e passaria pela revista com os celulares sem ser impedido, pois os agentes já sabiam do esquema e iriam colaborar.
Ao ser interrogado na Unidade, Alex entregou mais dois agentes que estariam participando do esquema: Anderson da Silva Vilhena e Cleberson Silva dos Santos. Ele também teria afirmado que receberia R$ 500 para cada aparelho que chegasse até os detentos. Toda o planejamento do crime teria durado cerca de 2 meses.
No celular do agente foi constatado que havia conversas dele com os presos que receberiam os celulares e com um ex-agente da empresa. Na conversa com o ex-agente, Alex tinha combinado um ponto de encontro para buscar mais material ilícito.
Sobre o caso
Segundo o secretário de Administração Penitenciária, coronel Cleitman Coelho, os agentes da empresa e funcionários da Seap que flagraram a ação de Alex, agiram segundo as normas ada secretaria para coibir a entrada de materiais proibidos nas unidades prisionais. "Temos que atacar nas origens do problema. Uma delas é a corrupção por parte de pessoas que atuam em unidades prisionais. Vamos agir para impedir ações como essas, sejam os envolvidos funcionários da empresa ou servidores da Seap".
Nota da Umanizzare:
Em relação aos funcionários da Umanizzare foram presos na manhã deste sábado, tentando entrar com 11 aparelhos celulares na Unidade Prisional do Puraquequara a empresa esclare:
1. Um dos agentes foi identificado em flagrante pelos supervisores da própria Umanizzare na área administrativa da Unidade, por volta das 8h da manhã, quando tentou esconder uma sacola com celulares em uma das dependências administrativas.
2. Como é padrão na cogestão da unidade, os agentes de socialização da Umanizzare, quando denunciado, apurado ou constatado ato indisciplinar ou infracional cometido por qualquer de seus colaboradores, a Umanizzare toma de imediato as providências cabíveis. Neste caso, as denúncias são encaminhadas à Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) do Amazonas.
3. Cabe a Seap a comunicação institucional, reportando-se, como é legalmente estabelecido, à autoridade policial.
4. A empresa reafirma que os funcionários da Umanizzare passam por rigoroso processo de seleção.
5. A empresa informa ainda que todos os funcionários são submetidos à revista e à fiscalização diárias pelos agentes públicos competentes.
ASSUNTOS: agentes penitenciários, presos, UPP, Policial