Bolsonaro fica afastado do cargo por mais quatro dias
SÃO PAULO e BRASÍLIA – A previsão de que o presidente Jair Bolsonaro retomaria o cargo nesta sexta-feira, 13, foi adiada por pelo menos mais quatro dias por orientação médica. Em nota, o vice-presidente Hamilton Mourão permanecerá interinamente na Presidência até o dia 16 de setembro. Originalmente, o prazo se encerraria nesta quinta-feira, 12.
A extensão de prazo no afastamento de Bolsonaro se deu para dar mais “descanso” ao presidente, internado após nova cirurgia no aparelho digestivo. O presidente não tem previsão de alta, mas fez uma curta "live" nas redes.
“Foi avaliado que o presidente deve descansar por mais quatro dias, a contar de amanhã. Sexta, sábado, domingo e segunda. Esse descanso vai acelerar o processo de recuperação do presidente e, com toda naturalidade e normalidade, o general Mourão permanece como presidente em exercício até segunda-feira que vem”, disse o porta-voz da Presidência, general Rêgo Barros.
“Ele está preparado, é uma pessoa mentalmente muito forte, e ele próprio participou desta decisão” de continuar afastado, afirmou o porta-voz, quem conversou com jornalistas na sala de imprensa do Hospital Vila Nova Star, na Vila Nova Conceição, zona sul de São Paulo, onde Bolsonaro está internado. “Mas a decisão final foi dos médicos”, destacou.
O porta-voz disse que Bolsonaro teria condições de retornar ao cargo na sexta-feira, 13, como era previsto, mas que a decisão foi no sentido de dar mais conforto ao paciente. “Ele poderia assumir amanhã, mas não nos parecia interessante, do ponto de vista médico, assumir com alguma limitação”, disse, ao dizer que a sonda era “incomoda”.
Bolsonaro caminhou duas vezes durante esta tarde, de acordo com o porta-voz. Questionado sobre a distância percorrida, preferiu brincar, dizendo que as pessoas chutam uma metragem. “Dava para ter feito a caminhada de Compostela”, citando rota de peregrinação na Espanha.
A equipe médica que acompanha Bolsonaro informou, pela manhã, que a sonda nasogástrica que foi introduzida para retirar excesso de ar do estômago. Até o fim desta tarde, Bolsonaro continuava com uma sonda nasogástrica e recebendo alimentação pela veia. Há previsão de que o médico Antonio Macedo, um dos profissionais que acompanha o presidente, faça uma avaliação em Bolsonaro às 21 horas.
Não há previsão de que o médico fale com a imprensa. Havia expectativa de que a sonda pudesse ser retirada ainda hoje, mas isto ainda será avaliado. Macedo explicou ainda que após a retirada da sonda, Bolsonaro voltará a ter uma dieta líquida, por um ou dois dias, e depois passará para uma dieta cremosa. "Estamos esperando a retomada dos movimentos intestinais para ir para o pós operatório", afirmou o médico.
As visitas continuam restritas até liberação do médico. Nesta tarde, o médico Luiz Henrique Borsato, que o atendeu em Minas Gerais quando o presidente foi esfaqueado, durante a campanha eleitoral. Bolsonaro está acompanhado da mulher, Michelle, e do filho Carlos Bolsonaro, vereador no Rio de Janeiro.
Rego Barros disse não ter informação se o presidente e o vice tiveram algum tipo de diálogo nesta quinta. Segundo o porta-voz, a viagem do presidente a Nova York, ainda neste mês, para a cerimônia de abertura da Assembleia Geral da ONU, está mantida.
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