Gelo marítimo do tamanho da Índia desaparece após calor recorde
O gelo marítimo nos arredores da Antártida e no Ártico atingiu baixas recordes pela primeira vez neste ano, já que encolheu duas vezes o tamanho do Alasca, um sinal das temperaturas globais crescentes, segundo cientistas climáticos.
Contrariando uma tendência mundial de aquecimento e um recuo constante do gelo no extremo norte da Terra, o gelo flutuando no Oceano Antártico vinha mostrando propensão a se expandir nos últimos anos. Mas agora ele está encolhendo nos dois extremos do planeta, um acontecimento que está alarmando os cientistas e para o qual podem estar contribuindo o acúmulo de gases de efeito estufa criados pelo homem, o fenômeno climático El Niño, que este ano liberou calor do Oceano Pacífico, e oscilações naturais imprevistas.
No mundo todo, 2016 caminha para ser o mais quente já registrado.
A extensão do gelo marítimo polar em 4 de dezembro ficou cerca de 3,84 milhões de quilômetros quadrados abaixo da média de 1981 a 2010, de acordo com medições de satélite do NSIDC, aproximadamente o tamanho da Índia, ou dois Alascas.
O gelo marítimo crescente da Antártida em muitos anos recentes tem sido um tópico recorrente para aqueles que duvidam que o aquecimento global seja produzido pelo homem.
John Turner, do Serviço Britânico na Antártida, disse que os ventos gélidos que varrem o continente vindos do oeste, talvez o isolando dos efeitos do aquecimento global, foram os mais fracos de duas décadas em novembro, o que pode ter deixado que mais calor rumasse ao sul, disse.
Uma recuperação da camada de ozônio de alta altitude sobre a Antártida, que liberou um ar mais fresco sobre o continente quando esta foi prejudicada por produtos químicos industriais hoje proibidos, também pode ser um fator.
Mas Turner disse que é difícil precisar o que está acontecendo. Via UOL.
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