Como amamentar sem sentir dor? Especialista dá dicas
Pegar um filho no colo e dar de mamar logo após o nascimento é um dos maiores sonhos de praticamente todas as grávidas. Esse é um momento idealizado por muitas mulheres que, envolvidas com os sentimentos da maternidade não sabem que a amamentação pode causar muitas dores, fissuras nos seios, cansaço e frustração.
Diferente do que muita gente pensa, a amamentação nem sempre flui de forma natural e, muitas vezes, a ajuda de um profissional especializado é fundamental para eliminar esses problemas, como explica a médica pediatra e neonatologista, Adeliane Bianchini.
“Um profissional que apoia e promove o aleitamento vai ajudar essa mãe a vencer todas essas dificuldades e a não desistir do aleitamento. Mesmo entendendo a importância da amamentação, a falta de orientação faz com que muitas mulheres desistam de amamentar devido a dor excessiva”, afirmou a médica.
Um dos desafios para não haver fissuras e dores nas mamas é estabelecer que o recém-nascido faça uma pega correta no seio. Quando a criança suga a mama de forma errada, pegando só o mamilo, aparecem as fissuras causando uma dor que chega a ser insuportável para as mães”, afirmou a especialista.
De acordo com ela, a pega ideal é com o rosto do bebê virado para a mama, com a boca o mais aberta possível, os lábios devem estar virados para fora e o queixo encostando na mama e não ter nenhum barulho que não seja do bebê engolindo o leite são sinais que a amamentação está fluindo bem. “Se não está confortável para a mãe, se ela está sentindo alguma dor, é sinal de que o processo não está correto”, explicou.
Outros fatores que prejudicam a amamentação são a hipolactação e hiperlactação, que é a baixa e a produção excessiva de leite, respectivamente.
Diferente do que se possa imaginar, a produção excessiva de leite nem sempre é benéfica pois pode causar ingurgitamento mamário, mastite. A hiperlactação pode dificultar que o bebê mame o leite posterior que é rico em gordura e dá saciedade. Nesta caso a mãe precisa ser orientada a fazer a ordenha das mamas antes de colocar o bebê para mamar.
Já a hipolactação é ocasionada por fatores como: histórico de ovário policístico, distúrbios hormonais, hemorragia durante o parto, hipoplasia mamária (que é a falta de tecido mamário) e cirurgias ou traumas mamários pouco antes do início da gestação.
“Fatores psicológicos também afetam a produção do leite . A mãe precisa ter uma rede de apoio para ajudá-la e receber as orientações corretas, que fogem do terrorismo e achismos. Por isso, é importante ter o cuidado para não dar ouvidos a leigos e seguir somente a orientação dos especialistas”, pontuou Adeliane.
Foi o que fez Carol Soares, mãe da pequena Maria Flor, de apenas quatro meses. “Eu tive muita dificuldade na pega correta, meu seio ficou cheio de nódulos e não saia muito leite e ela chorava demais por isso”, relembrou.
Ela seguiu as orientações médicas para solucionar o problema. “Eu recebi orientação para fazer massagem e corrigir a posição dela enquanto eu dava de mamar. Isso me ajudou muito e hoje a amamentação acontece sem nenhum problema, dor ou dificuldade. É o momento de maior conexão que eu tenho com a minha filha”.
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