Novo medicamento reduz para apenas um dia tratamento da malária
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu, no último dia 30, o registro para a tafenoquina. O medicamento prevê a cura em dose única para a malária, doença que atingiu quase 200 mil pessoas só em 2018, no Brasil.
Antes da medicação ser disponibilizada à população em geral, a tafenoquina estará disponível apenas aos participantes de um estudo. Durante um ano, a droga será utilizada em Manaus, Amazonas e Porto Velho, Rondônia.
A conclusão da pesquisa está prevista para o primeiro trimestre de 2021. Se os resultados forem considerados bons, a droga poderá ser incorporada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) de forma ampla.
O medicamento foi registrado pela empresa GSK. A pesquisa clínica no Brasil foi conduzida por pesquisadores da Fundação de Medicina Tropical, em Manaus.
A nova droga é uma modificação química da primaquina – droga utilizada no tratamento atual. A principal diferença é que ao invés da pessoa infectada passar sete dias tomando o remédio, o profissional de saúde pode fazer a administração em dose única.
O diretor de Pesquisa da Fundação de Medicina Tropical, Wuelton Marcelo Monteiro, destaca que um dos problemas relacionados à malária atualmente é o abandono do tratamento.
Segundo o pesquisador, estima-se que cerca de 30% de todos os casos de malária na Amazônia são recaídas, ou seja, pessoas que adoecem novamente. Além disso, o indivíduo que não completou o tratamento vai servir de fonte para novas infecções.
Wuelton Monteiro afirma que um dos objetivos do grupo em Manaus, a partir de agora, é fazer a análise de custo e efetividade do medicamento.
A nova droga é administrada em pacientes com mais de 16 anos e não é indicada para mulheres grávidas.
De acordo com a Fundação de Medicina Tropical, a droga já recebeu registro nos Estados Unidos e na Austrália, mas o Brasil será o primeiro país a utilizá-la na rotina de uma rede de saúde.
A malária é uma doença infecciosa febril aguda, causada por protozoários transmitidos pela fêmea infectada do mosquito Anopheles.
Dados do Ministério da saúde apontam que, no Brasil, a maioria dos casos de malária se concentra na região Amazônica, nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.
ASSUNTOS: #amazonas, Fundação de Medicina Tropical, malária, Manaus, tratamento, Brasil